Gêmeas siamesas que nasceram na Santa Casa de Campo Grande seguem em estado grave
As duas bebês nasceram com 35 semanas e interligadas pelo tórax e parte superior do abdômen
CASO RARONa última sexta-feira (3), os profissionais da maternidade da Santa Casa de Campo Grande presenciaram e realizaram um parto raro de gêmeas siamesas, procedimento no qual a equipe foi extremamente competente e concluíram com êxito. As duas bebês, Maria Julia e Luna Vitória, nasceram com 35 semanas e interligadas pelo tórax e parte superior do abdômen, pesando juntas 3.890kg. Nos últimos seis anos, este é o terceiro caso atendido no hospital.
Nascimento de gêmeas xifópagas ou gêmeas siamesas tem incidência de 1 para cada 100 mil nascidos vivos. Em geral, no mundo, somente 18% dos gêmeos nessa condição sobrevivem. É um caso bastante grave e complexo. A decisão em relação ao manejo clínico e cirurgia de separação depende da anatomia interna em relação a quais órgãos e de que forma são compartilhados.
“Nos outros casos, uma das duplas de gêmeos foram estabilizados e transferidos para Goiânia já os outros gemelares foram a óbito ainda no pronto-socorro Pediátrico (nascidos em Três Lagoas). São casos raros que precisam ser estudados minuciosamente antes de tomarmos qualquer decisão. As gêmeas estão sendo acompanhadas por toda equipe multiprofissional e recebendo o melhor tratamento para elas no momento”, explicou o neonatologista, Dr. Walter Perez.
A mãe das gêmeas, Alice Aparecida Silva, conta que descobriu da situação das filhas no primeiro ultrassom. “No dia oito de agosto do ano passado fiz meu primeiro ultrassom e já fui informada da situação das meninas que estavam interligadas. Aí meu mundo e do meu esposo caiu, pois sabemos que é um caso muito delicado”, contou.
A Santa Casa de Campo Grande informa que as gêmeas seguem em estado grave, porém estável hemodinamicamente. Elas permanecem internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da Santa Casa e respiram com o auxílio de aparelhos. A equipe médica informa ainda que as gemelares recebem antibióticos, alimentação parenteral, recebendo acompanhamento da equipe médica clínica e cirúrgica multidisciplinar e que ainda não tem definição em relação a cirurgia de separação.