11 de novembro de 2019 - 13h19

Muralista Kobra é o entrevistado de hoje do programa Impressões

GERAL

“Não tem diferença nenhuma da obra que é pintada numa galeria, num museu, ou que está na rua. Tudo é arte”, afirma o muralista Eduardo Kobra.

Se a arte de rua está sujeita às variações do clima, às transformações urbanas e à gestão das cidades, como preservar as obras que decoram os muros e as fachadas de prédios e casas? Essa é uma das preocupações do muralista Eduardo Kobra, que acha importante que as próximas gerações possam ver e ter acesso a esses trabalhos. “Da mesma forma que a gente entra numa galeria de arte e vê obras que foram pintadas 500 anos atrás, eu não acho que é legal remover ou apagar obras que estão sendo feitas nas ruas porque não há diferença de qualidade.”

O muralista comemora trinta anos de carreira. O sucesso não chegou fácil. Em entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil, ele conta que no começo sofreu preconceito em São Paulo por parte de pessoas que não entendiam o valor da arte de rua. Hoje, Kobra tem duas obras reconhecidas no Guinness Book. Com Etnias, o mural de três mil metros quadrados que marcou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de 2016, ganhou a primeira menção no livro dos recordes. No ano passado, superou a própria marca com o painel feito sob encomenda para a empresa Cacau Show. Com aproximadamente seis mil metros quadrados, é considerado o maior mural de spray do mundo.

“Os muros para mim são suportes para me comunicar, para falar de tudo o que me incomoda, tudo o que poderia ser mudado ou melhorado. Por isso que eu faço murais contra a violência, contra o racismo”, afirma Kobra. O artista já levou suas cores para todos os continentes retratando personalidades que viraram símbolos na defesa da paz, como Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Malala, entre outros.

Eduardo Kobra é o entrevistado de hoje do Programa Impressões - TV Brasil/divulgação