Muralista Kobra é o entrevistado de hoje do programa Impressões
GERAL“Não tem diferença nenhuma da obra que é pintada numa galeria, num museu, ou que está na rua. Tudo é arte”, afirma o muralista Eduardo Kobra.
Se a arte de rua está sujeita às variações do clima, às transformações urbanas e à gestão das cidades, como preservar as obras que decoram os muros e as fachadas de prédios e casas? Essa é uma das preocupações do muralista Eduardo Kobra, que acha importante que as próximas gerações possam ver e ter acesso a esses trabalhos. “Da mesma forma que a gente entra numa galeria de arte e vê obras que foram pintadas 500 anos atrás, eu não acho que é legal remover ou apagar obras que estão sendo feitas nas ruas porque não há diferença de qualidade.”
O muralista comemora trinta anos de carreira. O sucesso não chegou fácil. Em entrevista ao programa Impressões, da TV Brasil, ele conta que no começo sofreu preconceito em São Paulo por parte de pessoas que não entendiam o valor da arte de rua. Hoje, Kobra tem duas obras reconhecidas no Guinness Book. Com Etnias, o mural de três mil metros quadrados que marcou os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, de 2016, ganhou a primeira menção no livro dos recordes. No ano passado, superou a própria marca com o painel feito sob encomenda para a empresa Cacau Show. Com aproximadamente seis mil metros quadrados, é considerado o maior mural de spray do mundo.
“Os muros para mim são suportes para me comunicar, para falar de tudo o que me incomoda, tudo o que poderia ser mudado ou melhorado. Por isso que eu faço murais contra a violência, contra o racismo”, afirma Kobra. O artista já levou suas cores para todos os continentes retratando personalidades que viraram símbolos na defesa da paz, como Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, Mahatma Gandhi, Malala, entre outros.