Da Redação | 11 de novembro de 2019 - 11h28

Em entrevista à Folha, Delcídio compara discurso de inocência de Lula à propaganda nazista de Goebbels

É a história do Goebbels na Alemanha nazista, de contar uma mentira várias vezes e ela acabar virando verdade', afirma o ex-senador Delcídio do Amaral em entrevista publicada pela Folha de SP.

ENTREVISTA
Em entrevista à Folha, Delcídio do Amaral foi questionado sobre como ele vê o discurso do PT de que Lula é inocente. - (Foto: Reprodução/Folha de SP)

O ex-senador e atual presidente do PTB em Mato Grosso do Sul, Delcídio do Amaral, 64, preso em 2015, sob a acusação de obstruir investigações da Operação Lava Jato, conversou com a reportagem da Folha de São Paulo e, conforme matéria publicada domingo, 10, mostrou-se magoado não só por ter sido trancafiado no cárcere “injustamente” mas, também, por terem lhe negado o direito de defesa.

“Não tive chance de me defender, de me explicar. Foi um atropelo, uma execução sumária, um fuzilamento”, denunciou o ex-senador, agora aspirante candidato à prefeitura de Campo Grande (MS) pelo PTB de Roberto Jefferson.

Delcídio defendeu a operação Lava Jato, mas ressaltou que foram cometidos equívocos tornados públicos, inclusive, pelo The Intercept Brasil.

“A Lava Jato foi comandada por heróis, por deuses”, comentou. “A Lava Jato trouxe as duas crises. É gravíssimo. Tem que preservar as empresas e os empregos”, completa.

Segundo o ex-senador, o PT precisa fazer um mea-culpa, ter humildade para reconhecer onde errou, para avançar. Quanto ao ex-presidente Lula, Delcídio comparou o discurso de inocência de Lula à tática atribuída a Joseph Goebbels, que foi ministro da propaganda de Adolf Hitler. "Ele montou esse discurso. É a história do Goebbels na Alemanha nazista, de contar uma mentira várias vezes e ela acabar virando verdade.

Reconheceu a força do Lula, que é um líder político importante, mas não deu o braço à torcer: “Acho que a força que o Lula tinha não vai se repetir!”. Sobre o governo de Jair Bolsonaro, declarou: "É muita espuma para pouco chope, sabe? Nós estamos perdendo energia com coisas menores, quando o Brasil necessita urgentemente debater temas relevantes para a sua economia e o futuro das pessoas".