Da Redação com Assessoria | 01 de novembro de 2019 - 13h29

Mortalidade materna e aumento da sífilis foram temas de reunião do Conselho Estadual de Mulher

Outra pauta da reunião foi o diagnóstico precoce de casos de câncer

SAÚDE
Muito solícito com as pautas apresentadas pelas conselheiras, Geraldo Resende propôs ações que podem melhorar, ou até mesmo, solucionar os problemas apresentados - Foto: Divulgação/Assessoria

A presidente do CEDM-MS (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso do Sul), Mara Caseiro e as conselheiras Valdenice Maria de Oliveira Celeri, do Conselho Regional de Psicologia, Iara Gutierrez Cuellar, da Federação dos Trabalhadores em Educação do MS, Giovana Correa Vargas, da Subsecretaria de Políticas Públicas para as Mulheres e Eliana Alcova, da Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização reuniram-se ontem (31), com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, para tratar de assuntos relacionados à saúde da mulher. “Conversamos com o secretário sobre temas de suma importância atualmente, como é o caso do aumento da sífilis, a mortalidade materna e o Plano Estadual de Oncologia”, disse Mara Caseiro.

Muito solícito com as pautas apresentadas pelas conselheiras, Geraldo Resende propôs ações que podem melhorar, ou até mesmo, solucionar os problemas apresentados. Uma delas é a confecção de cartilha sobre parto humanizado para ser distribuída às gestantes de todo o estado, com informações sobre direitos, planejamento familiar, locais de denúncias, etc. “Estamos trabalhando juntamente com a Defensoria, na elaboração de manual do parto humanizado, para conscientizar e evitar o óbito materno que só em 2018, teve 29 casos”, informou o secretário.

Ele também destacou que ógãos como a Sogomat-MS (Sociedade de Ginecologia e Obstetrícia de Mato Grosso do Sul) e a Febrasgo (Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia) estão estudando formas de evitar a ocorrência de maus tratos. “Precisamos conscientizar profissionais e pacientes de seus direitos e deveres, principalmente quanto às denúncias de maus tratos que possam vir a ocorrer”, disse Geraldo Resende.

O perigo de classificar o profissional de obstetrícia como praticante de maus tratos é motivo de preocupação entre os profissionais de saúde. “Hoje, infelizmente, até mesmo a ocitocina que serve para promover as contrações musculares uterinas; reduzir o sangramento durante o parto; estimular a libertação do leite materno, bem como o clíster (lavagem intestinal) estão sendo colocados como maus tratos, quando na verdade são, dependendo de cada caso, necessários para o bom êxito do parto.  Portanto, tem que haver um cuidado em sobre o que de fato configura como maus tratos”.

Outra pauta da reunião foi o diagnóstico precoce de casos de câncer também foi tema da reunião. “Se detectado logo no início, cerca de 30% das mortes por câncer podem ser evitadas com ações de prevenção e acesso a tratamento adequado. Alguns tipos de câncer são curáveis por cirurgia, quimioterapia ou radioterapia e, diante disso, nós queremos maior rapidez na realização desses exames”, solicitou Mara Caseiro.

Ciente da necessidade de maior agilidade nos resultados de exames, Resende falou sobre a Lei 12.732/12, que prevê o prazo de 60 dias para início do tratamento de pacientes diagnosticados com câncer no SUS (Sistema único de Saúde). “Fiz parte da criação desta lei quando fui deputado federal e sei da importância de um tratamento rápido e de qualidade contra o câncer. Por isso, esse trabalho tem meu total apoio”, disse.

O crescimento da sífilis em Mato Grosso do Sul também foi abordado no encontro das conselheiras com o secretário de Saúde. “É necessário que as prefeituras municipais realizem trabalhos focados na atenção básica à saúde, para evitar doenças como essa que nem deveria mais existir”, comentou Resende.

Para dar prosseguimento às questões debatidas na reunião de hoje e outros assuntos pertinentes à saúde da mulher, a presidente do Conselho convidou o secretário e sua equipe técnica, a participarem do próximo encontro, nas dependências da Subsecretaria Especial de Estado de Cidadania. “A reunião foi ótima e tenho certeza que teremos bons resultados com essa abertura que temos, na gestão do governador Reinaldo Azambuja, de realizar o bom debate”, concluiu Mara Caseiro.