Da redação com Diário Corumbaense | 29 de outubro de 2019 - 16h03

Fronteira continua fechada e grupo arrecada doação para famílias da Bolívia

A preocupação é com a escassez de água potável e gêneros alimentícios do outro lado da fronteira

GREVE NA FRONTEIRA
Um dos três caminhões pipas na entrega de água para a população que faz fila para abastecer os galões - Foto: Reprodução Diário Corumbaense

O bloqueio na fronteira com Corumbá entra em seu sétimo dia nesta terça-feira (29) e segue sem soluções para resolver o impasse na eleição presidencial na Bolívia. 

Na ponte que separa Corumbá das cidades bolivianas de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suárez, a passagem de veículos está bloqueada, passam apenas carros em situação de emergência, como ambulâncias, e pedestres. Na segunda-feira (28), os manifestantes despejaram dois caminhões de terra e entulho para continuar impedindo o tráfego no local.

Doações

A preocupação é com a escassez de água potável e gêneros alimentícios do outro lado da fronteira. Mas conforme o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira, há a falta de água potável vendida em galões.

“Vamos continuar com a fronteira fechada até que haja uma decisão. Estamos lutando pela democracia e em conversa com os presidentes das associações dos mercados municipais, eles estão autorizados a ir até Corumbá para adquirir alguns produtos que estejam faltando, para que não haja um desabastecimento nesses comércios, como verduras, carnes, frangos e até mesmo água”, esclareceu Marcelito, frisando que esses produtos essenciais para algumas famílias, não chega até a região devido aos pontos de bloqueios na estrada Bioceância, em cidades que ficam às margens da rodovia, que liga o Brasil e a Bolívia.

Por causa dessa situação, a estudante de medicina em Puerto Quijarro, Kyara Vitório Nóbrega Marques, que é paraibana e Almindo Rocha, mais conhecido como “Rochinha”, se mobilizaram e estão arrecadando em Corumbá, alimentos e água potável para ajudar as famílias fronteiriças.  

“Entendemos a luta deles e a situação política que o país está vivendo. O que estamos fazendo é questão humanitária. Resolvemos criar um grupo na rede social e, então, começamos a arrecadar esses itens essenciais, como água e alimentos. Até agora já conseguimos três caminhões pipas com água potável. Vamos até a ponte e lá, a população pode levar os galões e pegar a água para o consumo, já que a água nessa localidade é salobra”, falou Kyara Vitório ao Diário Corumbaense. 

Greve Geral

Os bolivianos que foram às urnas no último dia 20 de outubro, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Evo Morales reeleito, dizem que a contagem de votos que deu a vitória ao presidente, foi fraudada.

Os opositores pedem a realização do segundo turno e agora, a renúncia de Evo Morales, que nega a existência de fraude na eleição presidencial.