Mayara de Sá Chaves | 22 de outubro de 2019 - 12h18

Procon CG promove palestra para melhorar atendimento no comércio com pessoas com TEA

Você sabia que as pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) tem atendimento preferencial nos comércios?

CONSUMIDOR
Após realizar uma pesquisa e descobrir o quase completo desconhecimento dos setores comerciais sobre o tema, o Procon Campo Grande promoveu em julho deste ano uma ação de conscientização visando o cumprimento da Lei Municipal 5.917/17 - Foto: Divulgação

Você sabia que as pessoas com Transtorno Espectro Autista (TEA) tem atendimento preferencial nos comércios? Provavelmente não! Após realizar uma pesquisa e descobrir o quase completo desconhecimento dos setores comerciais sobre o tema, o Procon Campo Grande promoveu em julho deste ano uma ação de conscientização visando o cumprimento da Lei Municipal 5.917/17 – que torna obrigatório o atendimento preferencial às pessoas com TEA nos estabelecimentos públicos e privados de Campo Grande.

Para o subsecretário Valdir Custódio, o direito tem que ser respeitado em todas as suas facetas. “O respeito aos portadores de TEA (Transtorno Espectro Autista), recebe do Procon Municipal, uma atenção, toda ela especial, para que a Lei seja cumprida, o direito respeitado, e as pessoas tratadas com dignidade”, disse.

A neuropsicopedagoga Cristiane Alcantara, que tem um filho de 8 anos com TEA, disse que Campo Grande já melhorou muito, mas possui muitos pontos a serem melhorados. “Têm lugares que entro na fila de prioridade quando estou com ele, além de olharem ‘torto’, a operadora de caixa pergunta, qual sua prioridade? É preciso pegar o laudo e provar. Campo Grande, está avançando, mas falta muita qualificação, principalmente pelas associações comerciais, os comerciantes precisam preparar seus funcionários”.

De acordo com a presidente do PRO D TEA Carolina Spínola, a palestra é de extrema importância principalmente pela visão familiar. Carolina diz que a técnica é bem diferente do que as experiências enfrentadas por ela e por todas as famílias que lidam diariamente com diversas situações envolvendo atendimento à criança ou adulto com Autismo. “A visão técnica é bem diferente da visão individual de cada assistência e de cada questão que envolve a família. Eu gosto de falar enquanto mãe, pois eu vivencio todos os dias diversas situações que podemos passar como experiência, e assim, colaborar para um melhor atendimento das nossas crianças e adultos com TEA”.

É função do Procon Municipal o equilíbrio entre o consumidor e o fornecedor. Desta forma, o órgão convidou comerciantes e sociedade para palestras no Seminário “TEA: Entender para Atender”. A procura superou o limite de vagas disponíveis no evento que tinha capacidade de 455 lugares. “Atingimos o público que gostaríamos, esgotamos as vagas três dias antes do evento, então vamos postergar essa campanha de orientação e realizar de início mais 2 seminários”, comemora Valdir Custódio.

Os eventos serão gratuitos e vão acontecer nos dias 11 e 25 de novembro no auditório da Faculdade Insted (Instituto Avançado de Ensino Superior e Desenvolvimento Humano), das 19h às 22h. Além das palestras, o Seminário contará com painel que apresentará as dificuldades que uma pessoa com TEA e seus familiares enfrentam no dia a dia.

Lei Municipal 5.917/17

Lembramos ainda que é obrigatório aos estabelecimentos públicos e privados inserirem nas placas de atendimento prioritário o símbolo mundial do TEA. O símbolo a ser inserido nas placas de atendimento prioritário refere-se ao constante no anexo único da presente Lei, o qual é representado por uma fita feita de peças de quebra-cabeças coloridas, que representa o mistério e a complexidade desta patologia. Destacando que seu descumprimento pode acarretar ao fornecedor uma multa fixada em R$ 800,00 (oitocentos reais), com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) em caso de reincidência.

Palestrantes

Tema: Aspectos legislativos do TEA

Tema: O TEA na visão do Terapeuta Ocupacional

Tema: Autismo Deficiência Invisível, será que estamos preparados para reconhecer e respeitar?

Ás 3 últimas palestrantes vão relatar experiências de atendimentos malsucedidos, e como poderia ter sido diferente.

Serviço: