Larissa Silva | 27 de setembro de 2019 - 15h58

Dentro de campo ou na torcida, futebol também é lugar de mulher

Conheça a história de três mulheres apaixonadas por futebol

MULHERES NO FUTEBOL
Seja dentro de campo ou na torcida, elas estão presentes no futebol - Foto: Reprodução

A visibilidade da mulher no futebol vem crescendo a cada dia nos últimos meses. A Copa do mundo feminina trouxe o assunto à tona e mostrou que futebol também é lugar de mulher. Seja dentro de campo ou na torcida, elas estão presentes no futebol. Conheça a história de três mulheres apaixonadas pelo esporte.

Bola nos pés

Nannda Hausenback, 22 anos, é um dos exemplos de fascínio pelo esporte. A jovem não esconde que é apaixonada pelo Internacional. “Eu sou uma torcedora muito fanática, daquelas bem louca mesmo, que discute, fica maluca, que é fissurada no time”, completa dizendo que é apaixonada pelo jogador Nico López.

Além de torcer, Nannda prova que é boa de bola. (Arquivo Pessoal)

Além de acompanhar os jogos pela televisão, Nannda também é boa de bola, ela joga em um time de várzea formado apenas por mulheres. “Jogamos na Pioneiras na Escola Abel, segunda e quinta. No momento estamos só jogando entre nós mesmos e de vez em quando alguns amistosos ”, explica.

“Eu gosto de futebol desde que eu me entendo por gente. Desde criança sempre joguei na escola, sempre joguei no meio dos ‘moleques’”, conta sobre como surgiu seu amor pelo esporte.

Assim como Nannda, Juliana dos Santos, 32 anos, também começou no futebol desde pequena. Por estar em uma família rodeada de homens, a jovem cresceu neste meio. “Sou a única filha mulher, tenho três irmãos homens. Então, eu sempre gostei, acho que foi um incentivo deles. Por não ter nenhuma irmã e nem meninas próximas a residência para brincar, eu brincava com os ‘guris’”, explica

Juliana (de preto) começou a jogar cedo e nunca mais parou. (Arquivo pessoal)

“Eu não sou fanática, eu gosto de futebol na medida certa. Sem ser aquela louca, sabe? Sou corintiana desde pequena também, nunca troquei de time”, completa dizendo que Messi é seu jogador preferido.

Amor na torcida

Há quem goste só de assistir, esse é o caso de Ingrid Rocha, 22 anos, apaixonada por futebol e pelo Cristiano Ronaldo. O seu amor pelo jogador e pelo esporte foi um dos motivos que a fez escolher sua profissão de jornalista.

Ingrid em sua visita ao Engenhão no jogo Corinthians e Flamengo. (Arquivo Pessoal)

“Eu já fui daquelas (jogadoras) super fanáticas, que chorava, não perdia nenhum jogo, brigava com outros. Atualmente, eu sou mais de boa. Não tenho acompanhado muito, mas sempre que posso, busco saber como está o Cristiano Ronaldo e o Corinthians”, completa dizendo que faz parte do Cristiano Ronaldo Futebol Clube.

Preconceito

Em Irã, após anos de muita espera e luta, as mulheres conseguiram a vitória de ir aos estádios nos jogos da Copa do Mundo de 2022. Apesar disso, o preconceito com a mulher no futebol, seja torcendo ou jogando, ainda existe. Nannda já escutou muitas coisas por ser mulher e estar em campo.  “Ah, mulher tem que estar em casa, tem que estar fazendo coisa de casa, não tem que jogar futebol”, explica o que já escutou de homens.

Para Ingrid, o preconceito aparece de outro jeito. “Alguns homens, quando eu falava que gostava de futebol já vinham com um “Então me diz o que é um pênalti”, como se futebol fosse apenas isso”, comenta.

Futebol é para todos

Para Nannda, o fato de ser mulher afasta o alcance do futebol, pois a questão do gênero torna mais difícil do que seria para um homem. “Eu acho que tem muita mulher que gosta de futebol, mas eu acho que tem muita mulher que não joga por questão do preconceito, por questão do machismo, por questão do futebol feminino não ser tão visado quanto o futebol masculino”.

Juliana acredita na parceria e companheirismo como solução para aproximar as mulheres do futebol. “Vai aparecer mais oportunidades, vai aparecer mais mulheres para poder dar as mãos e seguir, continuar. Porque é bem complicado para nós”, completa.

Para Nannda, as pessoas precisam ver o futebol feminino como algo normal e não como se mulher não soubesse jogar bola. “Nós também jogamos bola. Tem que ser aberto para todos os gêneros, não só para o masculino. Nós também somos apaixonadas pelo futebol”, finaliza.

Como torcedora, Ingrid acredita que é preciso aproximar as mulheres ao futebol com informação. Para ela, a solução é apresentar o esporte e mostrar que é algo legal sim e não é só coisa de homem.