Após manhã em leve alta, juros fecham com viés de baixa
ECONOMIAA última sessão de abril foi de movimentação modesta no mercado de juros, com as taxas dos principais contratos tendo fechado a sessão regular em leve baixa nesta terça-feira, 30, após percorrerem a manhã com viés de alta, mas sempre perto dos ajustes de segunda. O câmbio foi a principal referência para a renda fixa nesta terça-feira, véspera do feriado do Dia do Trabalho e da reunião do Federal Reserve. Após registrar volatilidade na etapa matutina em meio à disputa pela Ptax de fim de mês, o dólar se firmou em queda à tarde, proporcionando um pouco de alívio à curva. O noticiário em torno da reforma da Previdência não chegou a ser visto como influência direta sobre as taxas, mas, ainda assim, foi considerado positivo.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou em 6,580%, de 6,591% na segunda no ajuste, e a do DI para janeiro de 2021 passou de 7,142% para 7,12%. O DI para janeiro de 2023 encerrou em 8,23%, de 8,262% na segunda no ajuste, e o DI para janeiro de 2025 recuou de 8,782% para 8,75%.
Vitor Carvalho, sócio-gestor da LAIC-HFM, afirma que, não fosse o câmbio, os juros não tinham muito motivo para subir hoje, em meio à perspectiva de juros baixos no mundo e na ausência de ruídos no cenário político. "O volume caiu bem nos últimos dias o que deixa o mercado mais sujeito a fluxo pontuais e mais relacionados a fatores técnicos", disse. Segundo ele, numa semana mais fraca para a tramitação da reforma da Previdência, o mercado vai relativamente "tranquilo para o feriado", também pela expectativa de uma mensagem "dovish" no comunicado do Federal Reserve na quarta.
De todo modo, o mercado gostou da informação dada pelo presidente da comissão especial da reforma, deputado Marcelo Ramos (PR-AM), de que o prazo total para a apresentação de emendas à proposta será de 13 sessões, a contar desta terça, na medida em que traz a sensação de que a proposta está evoluindo no Congresso. "Não é nada de muito especial, mas traz um viés ligeiramente positivo", disse o economista-chefe da Guide Investimentos, João Mauricio Rosal. Marcelo Ramos afirmou que votação da reforma no 1º ou 2º semestre depende da capacidade do governo de reunir votos e citou a necessidade de envolvimento do presidente Jair Bolsonaro para evitar a desidratação da proposta. "Bolsonaro precisa fazer defesa de texto integral de reforma da Previdência", disse.
A agenda de indicadores, mais uma vez, ficou em segundo plano. A taxa de desocupação no Brasil ficou em 12,7% no trimestre encerrado em março, de acordo com a Pnad Contínua, dado que ficou abaixo da mediana (12,80%) das expectativas dos analistas.