O presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou nesta terça-feira (20/11) o nome do deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) como ministro da Saúde de seu governo.

O anúncio foi feito em encontro do presidente eleito com representantes das Santas Casas e deputados da Frente Parlamentar da Saúde, no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), em Brasília. Entres os presentes, o senador Pedro Chaves (PRB) e os deputados sul-mato-grossenses Geraldo Resende (PSDB) e Fábio Trad (PSD). 

 Jair Bolsonaro (PLS) e o senador Pedro Chaves (PRB) 

O ato de confirmação aconteceu no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasilia/DF, local onde se concentra o governo de transição, representantes das associações das Santas Casas e outras associações médicas, que apoiavam o nome do deputado.

“Quis o destino que as urnas me dessem essa missão. Mas, desde o começo o nosso propósito é governar com as pessoas de bem desse país. Assim estamos fazendo nas escolhas dos nossos respectivos ministros. E hoje, não é diferente com o nosso Mandetta, aqui do lado. O conheço há algum tempo, já troquei algumas ideias com ele, apesar de nossa profissão serem exatamente opostas uma da outra, porque eu sou capitão de artilharia”, disse Bolsonaro.

“Eu sou tenente da Saúde”, interrompeu Mandetta, brincando. “Mas você está recuado no campo de combate, eu estou avançado. Da minha ação se defende a sua vida”, respondeu o presidente eleito.

Bolsonaro ainda agradeceu Mandetta por ter “se apresentado e se voluntariado”ao cargo.

“Todos nós sabemos qual é o maior clamor da nossa população, está praticamente empatada a questão de emprego, segurança e saúde. E eu confio nesse, não general aqui, mas no marechal Mandetta. Se Deus quiser, assumirá no ano que vem, essa enorme missão de dar a satisfação a todos de que a saúde tem jeito”, disse.

O anúncio foi ventilado através do Jornal A Crítica na edição do dia 11 de outubro de 2018 (veja edição abaixo):

PERFIL DE MANDETTA
Com 53 anos e natural de Campo Grande, Mandetta é formado em medicina pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Fez pós-graduação em ortopedia pediátrica na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

O futuro ministro foi secretário da Saúde de Campo Grande de 2005 a 2010. Está no 2º mandato como deputado federal. Foi filiado ao MDB de 2003 a 2009, quando migrou para o DEM. Colaborava com o plano de governo de Bolsonaro na área da Saúde.

Mandetta é investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2 no contrato para implementar um sistema de informatização na saúde em Campo Grande (MS), no período no qual foi secretário.

A suspeita é de que o deputado tenha influenciado na contratação de empresas para o serviço, conhecido como Gisa (Gestão de Informações da Saúde), em troca de favores em campanha eleitoral. O caso envolveria uma plataforma que é também bandeira de Bolsonaro para a pasta, missão que o presidente eleito já avisou que ficará sob responsabilidade de Mandetta.

O futuro ministro teve os bens bloqueados em uma ação civil pública relativa ao caso. Aos jornais O Globo e Folha de S.Paulo, ele negou qualquer irregularidade na aquisição e instalação do sistema de Gisa e disse que Bolsonaro está ciente do caso.

O Gisa custou quase R$ 10 milhões entre recursos federais e municipais. Uma auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) apontou um prejuízo de cerca de R$ 6 milhões em pagamentos indevidos por serviços não executados.