Acrissul apresenta projeto do Boi Verde no Ministério da Agricultura
Entidade O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Francisco Maia, junto com diretores da entidade, se reuniu na última terça-feira com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para apresentar o projeto do Boi Verde, que busca, segundo Maia, ‘patentear’ a pecuária no Pantanal como atividade sustentável’.
Ele lembra que a pecuária no Pantanal é uma atividade explorada há 250 anos, mas nunca recebeu incentivo. A idéia é criar um selo para a carne produzida na região e conquistar os mercados nobres e internacionais.
Ao lado do senador Valter Pereira (PMDB-MS), César Machado, Guilherme Bumlai e Márcio Portocarrero, Francisco Maia entregou ao ministro estudos da Embrapa Pantanal e mais 10 Ongs, entre elas WWF e SOS Mata Atlântica, mostrando que o bioma mais preservado no Brasil é o Pantanal, graças à pecuária extensiva.
“Quem desmata é penalizado, mas quem preserva deve ser premiado”, diz Maia. Segundo ele, o ministro recebeu o projeto e compreendeu o objetivo do Boi Verde que ‘antecipa a discussão sobre o papel da pecuária nesse momento que o Ministério do Meio Ambiente procura incentivar um movimento que atribui aos produtores o desmatamento da Amazônia, onda que logo chega a Mato Grosso e Mato Grosso do Sul’.
O presidente da Acrissul disse também que discutiu com o ministro Reinhold Stephanes medidas para minimizar os efeitos da crise sobre a pecuária e propôs a redução das taxas de juros nas operações de desconto das NPR (Notas Promissórias Rurais) pelos bancos.
Por meio dessas operações os bancos antecipam recursos aos produtores e frigoríficos, mas os juros, em torno de 5%, comprometem a atividade. Maia também convidou o ministro para abrir a ExpoMS, que acontece no mês de outubro.
Conceito - O presidente da Acrissul diz que o mercado consumidor deve se conscientize da importância da atividade pecuária desenvolvida no Pantanal e passe a valorizar mais a carne produzida na região, de forma sustentável, ainda que diante de fortes adversidades como as cheias, ataque de predadores, alto índice de mortalidade e baixo índice de natalidade dos rebanhos.
“Atualmente o Pantanal sul-mato-grossense tem 85% da vegetação nativa preservada segundo estudos da Embrapa-Pantanal e outras cinco ONGs, Daí nosso objetivo principal de fortalecer os elos da cadeia produtiva da carne pantaneira e garantir a sustentabilidade econômica, ambiental e social da atividade”, destaca Francisco Maia, que chama a atenção das autoridades federais, preocupadas em só punir quem maltrata a natureza, mas que não criou até agora nenhum tipo de incentivo ou compensação para o homem pantaneiro, que exerce a atividade pecuária no Pantanal de forma econômica e ecologicamente sustentável. ‘Nem crédito de carbono os proprietários de terras no Pantanal recebem’, diz.