31 de dezembro de 1969 - 21h00

Com redução da carga tributária, setor carvoeiro já começou a sair da crise

Tributação
Medidas anunciadas pelo governador André Puccinelli já melhoram situação do setor carvoeiro em Mato - Divulgação

Beneficiado com a diminuição da carga tributária - redução da pauta fiscal e de 60% da TMF - o setor carvoeiro de Mato Grosso do Sul começa a sair da crise para a qual foi empurrado pela recessão mundial que levou a suspensão das atividades siderúrgicas, maiores clientes do segmento.

“Estamos confiantes de que a médio prazo vamos ter a retomada das atividades”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias e dos Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul, Marcos Brito, que em menos de um ano de funcionamento da entidade,  promoveu uma ampla mobilização que sensibilizou o Governo a aliviar a carga fiscal nas operações do setor, garantindo competitividade para o carvão sul-mato-grossense, especialmente, em relação aos concorrentes do Maranhão e Pará. “Enquanto as siderúrgicas locais não retomam produção, vamos buscar outros mercados, não só o de Minas Gerais, mas também o exterior”, afirma Brito. Há boas perspectivas de vendas para Países como a Itália, para onde foram enviadas amostras de carvão  para análise. Uma siderúrgica carioca, a Sangoban, já encomendou 5 mil metros cúbicos. A Simasul, siderúrgica de Aquidauana, conseguiu se manter em atividade graças a um contrato de exportação para China. 

“O carvão vegetal é uma energia renovável para a qual não há alternativa para a produção siderúrgica. Mato Grosso do Sul tem hoje 215 mil hectares de florestas plantadas e a previsão é chegar em 2012 com 500 mil hectares”, revela Marcos Brito, disposto a encampar uma nova luta: garantir que pelo menos metade desta matéria-prima fique sob controle dos produtores de carvão e não como agora, nas mãos das siderúrgicas, os grandes consumidores do carvão vegetal. “Não é justo que os produtores acabem se transformando em meros prestadores de serviços dos consumidores. Afinal, 80% da TPMF (paga pelo setor) financia o plantio destas florestas de eucalipto”, observa.  

Na última quarta-feira o Sindicarv realizou assembleia geral para aprovar as contas da diretoria, avaliar a conjuntura e o próprio trabalho do Sindicato. O setor atravessou um período de turbulência, quando a cotação do carvão despencou de R$ 200,00 para R$ 90,00, o metro cúbico. A união do setor em torno do trabalho da diretoria do Sindicato, foi fundamental, na avaliação de Marcos Brito, para sensibilizar o governo da necessidade de se reduzir a carga fiscal do setor, beneficiado com redução de 60% na Taxa de Movimentação Florestal (TMF), que caiu de R$ 22,00 para R$ 8,80, o metro cúbico nas vendas para fora do Estado e de R$ 4,70 para R$ 1,88, na comercialização dentro do Estado. O valor do metro cúbico, para efeito de calculo do ICMS, caiu de R$ 108,00 para R$ 65,00 e a tonelada de R$ 430,00 para R$ 260,00.