Prefeitura vai executar projetos de acessibilidade com apoio de grupos de pessoas com deficiência
ASSISTÊNCIA SOCIALA Prefeitura de Campo Grande, por meio da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos, recebeu na tarde desta quarta-feira (8), entidades que representam pessoas com deficiência. O objetivo da reunião, que foi pedida pelo vereador democrata, Vinicius Siqueira, foi ouvir os grupos e encaminhar procedimentos relativos às políticas públicas de apoio às pessoas com deficiência.
O prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, começou a sessão pontuando estar ali para ouvir e buscar atender os anseios das pessoas com deficiência. “Estamos aqui para saber onde a administração pode ser parceira e colaboradora nessas dificuldades”, frisou.
Mirella Bellatore Tosta, presidente da Associação de Mulheres com Deficiência de Campo Grande (AMDEF-CG), começou o debate afirmando que muitas são as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência no dia a dia. E a administração pública é fundamental para resolver estes problemas.
“As políticas existem, mas não nos contemplam. A partir do momento que se constrói um prédio só vem doa as regras de acessibilidade… Ai vem o engenheiro, o arquiteto e projeta, projeta, não nos contempla. Se a gente faz um projeto correto, que atenda a todas as pessoas com deficiências, vai ser feito uma única vez”, criticou.
Ela contou, por exemplo, não conseguir ir ao centro de Campo Grande devido aos obstáculos com que a pessoa com deficiência enfrenta na região.
“Eu não compro no centro, eu não consumo no centro, eu não vou à restaurante do centro, eu não vou ao centro da cidade porque não dá. São coisas que nos afetam todos os dias. A gente precisa de um prefeito, de uma gestão definitiva na questão da acessibilidade. É isso que a gente quer. A gente espera que a gestão ouça a gente. Existe a revitalização do centro. Vão ouvir a gente?”, complementou.
E diante do pedido, o prefeito entrou em contato com a coordenadora dos Projetos Especiais da Prefeitura, Catiana Sabadin, que é responsável pelo projeto de revitalização do centro, e encaminhou uma reunião.
“Eu estou pronta para recebê-los e discutir sobre o projeto de revitalização o momento é agora”, disse.
Catiana ainda explicou que dentro do projeto a ideia é requalificar a região “A gente vai trabalhar a acessibilidade, o paisagismo, a iluminação, padronizar mobiliário, tentar reduzir a questão de degraus. Isso é um problema”, explicou.
Já a coordenadora no Instituto Sul-mato-grossense para Cegos Florivaldo Vargas (Ismac), Telma Nantes, pontuou que além de acessibilidade, é preciso fazer uma verdadeira inclusão das pessoas com deficiência.
“Os direitos das pessoas com deficiência se resumem em dois pontos: o direito à inclusão e à acessibilidade, que nós podemos garantir junto às secretarias municipais. Eu cito sempre como exemplo o esporte. Temos 14 judocas que estão indo competir com o cofre da instituição. Tem que ter um programa para pessoas com deficiência no esporte”.
David Marques, coordenador da Coordenadoria de Apoios às Pessoas com Deficiência (COPED), que integra a Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos, salientou que a coordenadoria surgiu para suprir essas demandas.
“Hoje, somos quase 200 mil pessoas com deficiência em Campo Grande, e a coordenadoria vem atuar na articulação, no envolvimento junto às secretarias, promovendo as políticas públicas e o respeito das pessoas com deficiência”, esclareceu.
O subsecretário de Defesa dos Direitos Humanos, Ademar Vieira Junior, finalizou pontuando que já está buscando emendas e recursos federais para atender as necessidades de pessoas com deficiência.