Da Redação com Assessoria | 22 de fevereiro de 2017 - 12h17

Senadora questiona Alexandre de Moraes sobre indenização a proprietários de terras consideradas indígenas

Simone Tebet defendeu indenização da União para os titulares de terras incluídas em demarcações

SABATINA COM ALEXANDRE DE MORAES
Na sabatina, Moraes também respondeu pergunta de Simone Tebet sobre a crise penitenciária - Reprodução

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 71/2011, que permite que os donos de terras que passaram a ser consideradas reservas indígenas possam ser indenizados pela União, também foi lembrada pela senadora Simone Tebet (PMDB-MS) em seu questionamento a Alexandre de Moraes na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).

Para a senadora, a aprovação da PEC 71 no Senado por unanimidade em setembro de 2015 — a proposta seguiu para tramitação na Câmara dos Deputados — revela o aumento da disposição para buscar uma solução para os conflitos de terra envolvendo indígenas e produtores rurais.

Simone Tebet, que defendeu indenização da União para os titulares de terras incluídas em demarcações, afirmou que Moraes mencionara anteriormente que a função da propriedade deve ser vista no conceito do interesse social. Ela perguntou se aquela tese não contraria o texto da PEC.

Moraes concordou que o momento é “maduro” para a conciliação, lembrando seu diálogo no Ministério da Justiça com indígenas e parlamentares sobre a questão das demarcações, mas afirmou ser necessário garantir os direitos dos índios:

— O índio precisa do desenvolvimento: saúde, educação, alimentação — frisou.

Alexandre de Moraes, contudo, se declarou favorável a levar em conta os direitos dos portadores de títulos de propriedade — alguns, como lembrou, concedidos ainda por D. Pedro II aos combatentes da Guerra do Paraguai.

Penitenciárias

Na sabatina, Moraes também respondeu a pergunta de Simone Tebet sobre a crise penitenciária. Para ele, a questão da segurança requer mais do que endurecimento das penas.

— A certeza de uma punição rápida é muito mais importante do que o tamanho da punição — disse.

Ele, porém, preferiu não comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal que concedeu indenização a um cidadão submetido a condições desumanas numa instituição carcerária. Moraes sugeriu que, a exemplo do que foi determinado pela Suprema Corte dos EUA, os estados poderiam ser obrigados a destinar mais recursos ao Fundo Penitenciário ou às secretarias de assuntos penitenciários estaduais para a aplicação de medidas contra a superlotação.