Da redação | 20 de junho de 2016 - 11h56

Comissão de deputados estaduais participa de reunião sobre os conflitos indígenas em Caarapó

Município de Caarapó vive um clima de tensão devido ao conflito fundiário envolvendo índios da Aldeia Te’ikue e donos de 13 propriedades rurais

CONFLITOS
Deputados intermediam conversas para solucionar conflitos em Caarapó - Divulgação

Desde a semana passada, o município de Caarapó vive um clima de tensão devido ao conflito fundiário envolvendo índios da Aldeia Te’ikue e donos de 13 propriedades rurais. O embate é em decorrência da publicação do Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Dourados Amambaipeguá I. O documento aponta uma área de 55.590 hectares como tradicionalmente ocupada pelo povo Guarani Kaiowá. Na manhã desta segunda-feira (20), deputados estaduais estão reunidos no Sindicato Rural de Caarapó para ouvir as partes envolvidas.

Os estudos antropológicos contratados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) identificaram quatro territórios tradicionais: Javorai Kue, Pindo Roky, Urukuty e Laguna Joha – onde vivem quase seis mil pessoas. A extensão compreende 30 mil hectares pertencentes à Caarapó, 10 mil hectares à Laguna Carapã e 16 mil hectares à Amambai. Na reunião, estão os deputados Eduardo Rocha (PMDB), João Grandão (PT), Mara Caseiro (PSDB), que compõem a Comissão Permanente de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas. O 1º secretário da Assembleia Legislativa, Zé Teixeira (DEM), também participa da reunião.

Os produtores rurais, que possuem títulos dominiais expedidos pelo Governo Federal, quererem a anulação do relatório ou, nos casos de demarcações, a indenização da terra nua e das benfeitorias. Já os indígenas deram um prazo de dois meses para o reconhecimento definitivo da terra por parte da União.  

Confronto

Na última terça-feira, durante um confronto em Caarapó, o índio Clodiode Aquileu Rodrigues morreu e outras oito pessoas ficaram feridas. Policiais militares foram feitos reféns e as armas roubadas pelos indígenas. A sede da Fazenda Yvu foi queimada, deixando os proprietários desalojados.

“O conflito é entre brasileiro e brasileiro. Vamos falar com os vereadores e representantes do Sindicato Rural. O clima é tenso na região, por isso nossa missão é buscar a pacificação. A Assembleia Legislativa quer uma solução para encaminhar à Brasília. Amanhã, vamos nos reunir com a Mesa Diretora e apresentar um relatório dos trabalhos realizados em Caarapó”, informou o deputado Eduardo Rocha, presidente da Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas, durante entrevista ao vivo à Rádio Assembleia.