Meirelles diz que Saúde e Educação não serão prejudicadas
Medida que cria limite para crescimento da despesa pública não tira recurso das duas áreas. Valor mínimo será corrigido anualmente
OTIMISMOO ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que o limite colocado para a expansão dos gastos públicos não tira dinheiro da Saúde e da Educação. Pelo contrário, o valor mínimo a ser aplicado nessas áreas será aumentando anualmente, corrigido pela inflação.
A explicação foi dada nesta sexta-feira (17) durante entrevista à rádio CBN. Segundo Meirelles, a nova regra, depois de aprovada, diz que, caso o Congresso queira aumentar os recursos de uma área, terá de reduzir em outra para garantir o equilíbrio do Orçamento.
O limite para a expansão dos gastos vai funcionar de maneira semelhante a um orçamento familiar – para fazer uma nova despesa, uma outra terá de ser cortada. Meirelles ainda observou que essa proposta tem “mecanismos de autocorreção”.
Caso um dos três poderes (Legislativo, Judiciário e Executivo) extrapole os limites definidos, sofrerá uma série de sanções, como o impedimento de se dar reajustes de salários, aumentar subsídios ou propor isenção de impostos, por exemplo.
Debate de qualidade
“A Constituição é muito forte ao condicionar o processo legislativo a um teto”, ponderou o ministro. “Nós teremos pela primeira vez no Brasil uma discussão profunda e focada sobre a alocação do orçamento por causa dessa questões”, argumentou.
Ele avaliou que a medida deve ser aprovada no Congresso Nacional sem maiores dificuldades e lembrou que os líderes da base aliada receberam a proposta de maneira extremamente favorável.
“Fiz uma apresentação deste projeto para os líderes da base aliada, mais de 50 parlamentares e a reação foi muito positiva”, relatou. “Houve muita pergunta, muito esclarecimento, mas tudo extremamente favorável”, observou.
Longo prazo
Meirelles argumentou que de um lado o País passa por questões políticas de curto prazo e que vão ser resolvidas. Do outro, há uma questão de longo prazo, que é a fiscal. Ele explicou que independentemente do ambiente político, a equipe econômica continua a trabalhar.
“Sou candidato a fazer um bom trabalho na Fazendo e a corrigir essa tendência fiscal”, disse o ministro. “Corrigido isso, estou realizado profissionalmente”, afirmou.