Pezão pede ao STF para apressar julgamento sobre royalties do petróleo
Segundo ele, o estado quer ter a garantia de que é dono do dinheiro que já recebe há mais de 20 anos
DONO DO DINHEIROO governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, pediu hoje (14), em Brasília, ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, para acelerar o julgamento sobre a lei que mudou a divisão dos royalties do petróleo no país. Logo após a lei ser aprovada, o estado do Rio de Janeiro questionou a constitucionalidade da nova regra e conseguiu uma liminar da ministra Cármen Lúcia, suspendendo os efeitos da lei. Desde então, a questão está parada do STF.
Agora, Pezão quer que a suprema corte defina a situação, porque considera que o Rio tem sido prejudicado pela indecisão sobre sobre a titularidade do dinheiro. “Estamos sendo muito prejudicados com essa ação. O estado, no fim do ano, tentou uma operação de antecipação dos royalties e, quando fomos realizar, com a ação que tem aqui [no STF], o risco cobrado pelo BB [Banco do Brasil] e pela CEF [Caixa Econômica Federal] chegou a 70%. Então, não pude fazer a operação. Isso desequilibrou as finanças do Estado”, alegou o governador fluminense.
Segundo ele, o estado quer ter a garantia de que é dono do dinheiro que já recebe há mais de 20 anos, de que tem “a titularidade” desse recurso. Segundo Pezão, o Rio de Janeiro tem sido muito afetado pela crise que envolve a Petrobras, especialmente depois que a empresa cortou investimentos e sofreu com a queda no valor das ações. “A Petrobras é o coração do Rio, se ela impacta o Brasil, imagina o Rio. Esse é o cenário que temos conversado aqui, e visto, e tentado ver se, em 2016, encontramos um caminho”, afirmou.
Professores
Ao deixar o STF, o governador comentou sobre o aumento do piso salarial nacional dos professores. Ele disse que não sabe ainda se esse aumento vai impactar as contas do Rio, porque, em 2015, o estado já pagava um pouco acima do piso para os professores. Ele se queixou de que o Congresso Nacional tenha aprovado uma lei que onere ainda mais os entes federados em um momento de crise.
“Temos hoje um déficit grande no nosso orçamento. Qualquer impacto é mortal para as finanças do estado. Então, temos que ver se isso impacta, mas vinhamos até 2015 acima do piso federal. Eu sei que para outros estados e municípios – e espero que não aconteça com o Rio – é muito difícil cumprir esse piso. O que a gente tem que acabar é com o Congresso Nacional legislar sobre salário dentro dos estados. Isso é impossível. A gente espera que legisle para facilitar a vida dos estados e não para dificultar”, disse o governador.