Da redação com informações da assessoria | 13 de janeiro de 2016 - 12h37

Finalista de concurso de beleza morre após se submeter a procedimento estético

Modelo teve parada cardíaca após cirurgia de preenchimento no rosto.

FATALIDADE
Para cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira, causa provável da morte tem relação com produtos usados por praticantes de academia, como termogênicos e anabolizantes. - Divulgação

Raquel Santos, finalista do concurso Musas do Brasil, teve uma parada cardíaca e morreu após se submeter à cirurgia de preenchimento no rosto, o popular "bigode chinês", cirurgia realizada para retirar marcas de expressão do sorriso. O caso aconteceu no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (11), mas foi divulgado apenas na tarde do dia seguinte.

Segundo relatos de Gilberto de Azevedo, marido de Raquel, ainda na clínica de estética a mulher reclamou de falta de ar e coração acelerado. Após o procedimento, ela foi encaminhada a um hospital de Niterói, e quarenta minutos depois, teve a parada cardíaca. A modelo de 28 anos deixa dois filhos.

De acordo com a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira, a operação de preenchimento facial dificilmente levaria a uma parada cardíaca. É um procedimento simples, que em muitos casos não precisa de anestesias. Para ela, a grande parte das complicações em cirurgias plásticas acontecem quando o paciente omite do médico informações pessoais, como uso de suplementos alimentares, anabolizantes e até anticoncepcionais.

"Uma série de produtos reagem com a anestesia e podem provocar reações. Grande parte do público que procura cirurgia plástica faz academia, toma pré-treino e termogênicos para melhorar os resultados. Tudo isso aumenta a frequência cardíaca", explicou Ivanoska.

"O anabolizante reage com a anestesia, o anticoncepcional faz crescer risco de trombose durante a cirurgia, e cigarro de necrose", enumerou a cirurgiã. Segundo o marido de Raquel, a mulher tomava muitos remédios, além "de fumar muito, dois maços todos os dias", contou Gilberto.

Narcisismo
 

Gilberto de Azevedo ainda relatou que a mulher era aficionada por cirurgias plásticas: "Ela estava doente com essa busca pela beleza. Já tinha colocado silicone, em 2014; feito nariz, queixo e bochechas em 2015; e na semana passada tinha feito um enxerto no bumbum."

De acordo com Ivanoska Filgueira, o médico deve se recusar a fazer a cirurgia quando perceber excesso de preocupação do paciente com a própria aparência.

"Eu já recusei fazer operação no nariz de uma modelo que disputava um concurso de miss. Ela queria mexer na pontinha do nariz, coisa muito pequena. A pessoa fica obcecada em chegar à perfeição, cabe ao profissional de saúde dizer não e segurar o impulso", opinou Ivanoska.