Paes afirma que PMDB deve dar tranquilidade para o país avançar
Prefeitos de seis capitais foram recebidos ontem (14) pela presidenta para entregar manifesto contra impeachment
APOIOUm dos seis prefeitos de capitais recebidos ontem (14) pela presidenta Dilma Roussef para entregar a ela um manifesto contra o pedido de impeachment e em defesa do mandato presidencial, com assinaturas de 14 chefes de executivo municipais, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), disse, em Brasília, que seu partido é marcado pela defesa da democracia e das instituições democráticas, e, no momento atual, deve "dar tranquilidade" para que o país possa avançar.
No último dia 2, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que também é do PMDB, aceitou o pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Na opinião do prefeito, o PMDB nunca escondeu a vontade de estar no poder nas próximas eleições presidenciais, e ele próprio está "sedento" para que o partido tenha candidato próprio em 2018, mas sempre "pelo respeito ao voto da população".
“Quero crer, e não posso acreditar diferente disso, o próprio vice-presidente Michel Temer [presidente nacional do partido] também tem essa história, de que não há ninguém, ou não há pelo menos uma maioria do PMDB voltada para essa tentação ou essa tendência de tomar o poder que não pela via do voto popular", afirmou o prefeito carioca.
O prefeito do Rio de Janeiro explicou que o documento não é um "gesto de apoio ou de aliados" a Dilma, mas uma posição "institucional". Segundo ele, os signatários do manifesto entendem que o processo do impeachment está "eivado de fragilidades", e os cidadãos estão olhando para os recentes acontecimentos em Brasília "com muito susto".
"Não há qualquer crime de responsabilidade contra a presidenta. A gente sabe que essa crise econômica existe, mas é enormemente agravada por essa loucura política", disse Paes. Ele disse não temer que sua posição lhe cause efeitos eleitorais negativos e considerou ainda um "gesto sem sentido" e uma "violência" a troca do líder do partido na Câmara, ocorrida na última semana.
De acordo com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), somente chefes dos executivos das capitais que pertencem a partidos da base aliada do governo foram convidados a assinar o documento, "em respeito à posição político-partidária" de integrantes da oposição.
Segundo ele, a iniciativa do manifesto partiu do próprio prefeito do Rio, e ambos fizeram as ligações, mas por motivos de agenda somente seis (LINK) puderam comparecer no encontro: além de Paes e Garcia, os prefeitos de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT); Palmas, Carlos Amastha (PSB); Macapá, Clécio Luiz (sem partido) e Campo Grande, Alcides Bernal (PP).
"Alguém de nós perguntou a ela o que ela desejaria que nós fizéssemos. Ela disse: defendam a democracia, Não peço nem que façam minha defesa pessoal Mas defendam a democracia, que esse país merece ter um futuro estável, democrático, representativo. Penso que essa é grande a motivação de todos nós", disse Garcia.
A informação inicial da prefeitura de Goiânia era de que 16 prefeitos assinaram a carta de apoio a Dilma, mas, de acordo com o Palácio do Planalto, foram 14 os signatários. Além dos seis que participaram do encontro com a presidenta, também assinaram o documento os seguintes prefeitos: Carlos Eduardo Alves (PDT), Natal; Edivaldo Holanda Junior (PTC), São Luís; Fernando Haddad (PT), São Paulo; José Fortunati (PT), Porto Alegre; Marcus Alexandre (PT), Rio Branco; Gustavo Fruet (PDT), Curitiba; Luciano Cartaxo (PSD), João Pessoa; Teresa Surita (PMDB), Boa Vista.