STF negou habeas corpus e conserva Delcídio preso
Senador continuará preso, para onde foi levado na quarta-feira da semana passada por suspeita de tentar impedir as investigações da Lava Jato
LAVA JATOO habeas corpus em favor do senador e ex-líder do governo Dilma, Delcídio do Amaral (PT-MS), foi negado pela ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), no qual a defesa pedia a revogação da prisão do parlamentar. A ministra não analisou o mérito do pedido apresentado à Corte e negou o habeas corpus por questões processuais: a falta de documentação mínima no pedido, como o decreto de prisão contra o senador, e porque ele foi apresentado por uma pessoa que não integra a defesa de Delcídio.
Delcídio foi preso na última quarta-feira por suspeitas de atuar para impedir as investigações da Operação Lava Jato e para barrar o acordo de delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Cerveró foi apadrinhado por Delcídio no cargo de direção da petroleira e ameaçava contar detalhes do esquema de corrupção instalada na estatal.
Nas investigações, o nome de Delcídio Amaral foi citado pelo delator Fernando Baiano, que afirmou à força-tarefa da Lava Jato que o líder do governo teria recebido até 1,5 milhão de dólares em propina na negociação da refinaria de Pasadena, no Texas. O dinheiro sujo teria sido utilizado na campanha de Delcídio ao governo do Mato Grosso do Sul, em 2006.
Citações contra o líder do governo já haviam sido feitas pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, mas o procurador-geral da República Rodrigo Janot não viu indícios suficientes para pedir a abertura de investigação contra o parlamentar. Depois das novas revelações, Janot solicitou a abertura de pelo menos dois novos inquéritos para apurar o envolvimento do senador no escândalo do petrolão. Um dos pedidos já foi aceito pelo relator da Lava Jato no STF, ministro Teori Zavascki.