Agência Brasil | 01 de dezembro de 2015 - 14h37

Defesa de Delcídio descarta delação premiada, diz assessor

Os advogados de defesa pretendem apresentar ainda esta semana um “pedido de relaxamento” da prisão

SEM DELAÇÃO
O advogado Maurício Silva Leite, defensor de Delcídio do Amaral, fala sobre a prisão do parlamentar - Valter Campanato/Agência Brasil

O senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não pretende fazer acordo de delação premiada, de acordo com Eduardo Marzagão, assessor do parlamentar preso semana passada, numa das fases da Operação Lava Jato. 

“Ninguém, em segundo nenhum; nem advogado, nem familiar; ninguém nunca cogitou ou propôs a ele que fizesse delação premiada”, afirmou Marzagão, tendo por base conversas com os advogados de defesa e com parentes do senador. 

Os advogados de defesa pretendem apresentar ainda esta semana um “pedido de relaxamento” da prisão, sob a justificativa de que o senador em nenhum momento tentou obstruir as investigações que estão sendo feitas em decorrência da Operação Lava Jato. Marzagão disse ainda que isso deve ser feito após o segundo depoimento do senador às autoridades, previsto para os próximos dias. 

Na sexta-feira (27), Delcídio recebeu a visita da esposa, Maika do Amaral Gomez. Está prevista uma nova visita dela ainda esta semana. De acordo com o assessor, Delcídio tem sido “super bem tratado” na Superintendência da Polícia Federal, onde está preso desde o dia 25, após decreto do  Supremo Tribunal Federal (STF). 

Leitura 

O senador tem dedicado parte do seu tempo à leitura. Atualmente lê " Brasil: Uma Biografia", de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling. Nos primeiros dias, leu o livro A Origem do Estado Islâmico, do jornalista irlandês Patrick Cockburn. Os dois livros foram presenteados por Marzagão. 

Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República, Delcídio ofereceu R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró para evitar a citação do nome do parlamentar nas investigações. Delcídio teria oferecido também ajuda política no Poder Judiciário em favor de Cerveró para que o ex-diretor não fizesse acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.