Da redação com informações da assessoria | 30 de novembro de 2015 - 13h10

Águas Guariroba adota ninho de Arara Azul no Pantanal

A ação é promovida pelo Instituto Arara Azul com o objetivo de obter recursos para dar continuidade a ações de pesquisa e monitoramento de ninhos naturais e instalação de ninhos artificiais .

MEIO AMBIENTE
Durante a campanha de 2015, a equipe de pesquisadores já encontrou um ovo no abrigo apadrinhado pela empresa. - Assessoria

A Águas Guariroba participa pelo segundo ano consecutivo da Campanha Adote Um Ninho. A ação é promovida pelo Instituto Arara Azul com o objetivo de obter recursos para dar continuidade a ações de pesquisa e monitoramento de ninhos naturais e instalação de ninhos artificiais na região do Pantanal.  O objetivo é preservar a espécie - que na década de 80 estava ameaçada pelo tráfico de animais silvestres e outros problemas ambientais. Hoje, a arara azul grande (Anodorhynchus hyacinthinus) está aumentando em número, expandindo sua área de povoamento e não faz parte mais da Lista da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente. 

Com as ações de conservação, a população da arara azul aumentou consideravelmente.  Em 1990, eram contabilizadas apenas mil e quinhentas em todo o Pantanal. Hoje,  já são registradas mais de cinco mil aves da espécie na região, segundo Neiva Guedes, que é doutora em zoologia, professora da Uniderp e presidente do Instituto Arara Azul.

Os bons resultados são fruto de um projeto de mais de 20 anos. A pesquisadora Neiva Guedes lidera uma equipe permanente que atua no monitoramento e manejo de cerca de 150 ninhos por ano. O objetivo é facilitar a reprodução das araras azuis e de também outras espécies que ocupam os mesmos abrigos para seus filhotes.  “O trabalho hoje não é só mais a arara azul. São araras vermelhas, Canindés, tucanos, psitacídeos em geral, enfim, é a conservação”, afirma a presidente do Instituto Arara Azul.

A equipe atua de forma integrada com a comunidade e realiza atividades voltadas ao manejo sustentável e à conservação do ecossistema pantaneiro. São promovidas palestras, cursos de artesanato para geração de renda e outras ações de educação ambiental.  Com a campanha “Adote Um Ninho”, o Instituto Arara Azul busca não só cobrir parte dos custos deste trabalho, mas mobilizar sociedade para a importância da preservação do Pantanal.

Os ninhos são apadrinhados por pessoas físicas e jurídicas, incluindo personalidades como Ziraldo, Luan Santana, Almir Sater, Gabriel Sater, Chitãozinho e Xororó, Michel Teló. “A campanha Adote Um Ninho é um trabalho que começou no ano passado e a maioria dos parceiros está renovando conosco. A gente sempre diz que alguém quando nos conhece e vê o nosso trabalho em campo, quer virar parceiro para sempre, porque vê que fazemos aquilo com a alma”, reforça Neiva Guedes.

No ninho adotado pela Águas Guariroba no Pantanal em 2014  foram gerados dois filhotes de arara azul.  Durante a campanha de 2015, a equipe de pesquisadores já encontrou um ovo no abrigo apadrinhado pela empresa.  “A arara azul é um símbolo e uma das coisas mais lindas que temos no Pantanal e em Mato Grosso do Sul. Para nós é muito importante poder ajudar esse projeto”, afirma José João Fonseca, presidente da concessionária responsável pelos serviços de água e esgoto da Capital, que faz parte da Aegea Saneamento. 

Referência

O certificado aos padrinhos e madrinhas da edição de 2015 foi entregue no Diamond Hall durante o Simpósio Internacional sobre Psitacídeos (IX Parrots International Simposium), realizado entre os dias 20 e 22 de novembro, na Capital. Vinte e um palestrantes e mais de cem participantes de 15 países e 14 estados brasileiros participaram do encontro. Realizado todos os anos nos Estados Unidos, pela primeira vez o evento aconteceu fora do país. O local escolhido foi Campo Grande justamente devido ao sucesso do Projeto Arara Azul. O presidente da Parrots International, Mark Satafford, elogiou a ação liderada pela bióloga Neiva Guedes. “Gostaria de deixar aqui a ideia de que este trabalho é o que nós, nos Estados Unidos, chamamos de “padrão dourado”. Ou seja, é o mais alto padrão de um projeto de conservação. Ele nos inspira a todos”, destacou.