Editor | 16 de janeiro de 2015 - 13h58

Modernização apaga neoclássico e cria novo prédio na antiga Daslu

Nacional
Vista do novo edifício a partir da área de circulação de veículos, no térreo. - WTorre/Divulgação

O prédio imponente da loja Daslu, uma espécie de templo do luxo em plena Marginal Pinheiros e que estava desocupado desde 2012, vai ser reinaugurado agora como um novo espaço para escritórios.

Pouco sobrou da arquitetura neoclássica rica em colunas visíveis do lado de fora. A obra de retrofit aproveitou parte da estrutura para levantar um prédio em estilo moderno, cheio de vidros espelhados e placas de metal brancas.

O projeto é do arquiteto Washington Fiuza, e o design segue a identidade dos outros prédios do complexo WTorre JK. Já fazem parte do terreno o prédio que abriga o banco, Santander, um outro edifício de escritórios e o Shopping JK Iguatemi. O conjunto terá ainda o Teatro Santander.

Os quatro andares da antiga loja vão virar um estacionamento com 884 vagas. Acima deles, foram construídos sete novos pavimentos que abrigarão a nova sede da empresa Johnson & Johnson. A empresa alugou o prédio para receber sua nova sede.

O edifício terá ainda restaurantes, cafés e uma área de circulação no térreo. A ideia é integrar todo o complexo, que terá ainda um novo acesso na Rua Gomes de Carvalho, bem ao lado da Estação Vila Olímpia da CPTM.

O prédio terá 50 metros de altura e uma área de escritórios de 26 mil metros quadrados. O investimento foi de R$ 140 milhões.

A WTorre afirma que a obra será concluída até março, e a Jonhson & Johnson informou que vai inaugurar sua nova sede no edifício até o começo de 2016.

Retrofit
A WTorre obteve um alvará de reforma e aproveitou entre 60% e 70% do antigo prédio da Daslu, segundo o diretor de construção da empresa, Demetrius de Féo. Entre os itens mantidos estão parte das lajes e pilares.

“Colocamos novos pilares entre os já existentes para termos mais sustentação. Além disso, aumentamos a secção (espessura) de parte desses pilares”, afirma o diretor de Construção. Outra medida foi retirar camadas de enchimento entre o piso e a estrutura da parte mantida (estrutura até o 4º pavimento), substituindo essa por um material mais leve.

Uma parte importante da construção foi a transição entre a antiga Daslu e os novos andares. Não foi possível o aproveitamento da laje do quarto para o quinto pavimento, onde ficava a antiga cobertura. Segundo o engenheiro responsável pela obra, Caio Moreali, ela precisou ser demolida para dar lugar a uma laje de transição, capaz de dar sustentação aos demais pavimentos.

“Houve reforços desde as fundações até o quarto pavimento, nosso maior desafio, uma vez que o tipo de ocupação e cargas do edifício mudaram drasticamente. Entre o quarto e o quinto pavimento, na transição do antigo para o novo, mudamos inclusive o método construtivo de lajes convencionais para lajes nervuradas ”, explica Moreali.

O quinto pavimento promete ser um dos mais movimentados do edifício, pois terá três restaurantes que vão atender o público dos escritórios localizados nos pavimentos acima.

A WTorre também precisou fazer intervenções no entorno. Isso porque o complexo está enquadrado na lei de polos geradores de tráfego da cidade. A construtora fez um viaduto ligando a Avenida Juscelino Kubitschek à pista central da Marginal Pinheiros e uma ciclopassarela ligando o Parque do Povo, vizinho ao complexo, à ciclovia da Marginal Pinheiros.