China e Taiwan dialogam pela primeira vez em 60 anos
Internacional
China e Taiwan iniciaram nesta terça-feira um diálogo histórico entre os governos, pela primeira vez desde o fim da guerra civil em 1949, em um contexto de redução das tensões e esperanças de negócios através do Estreito de Formosa. As conversações a um nível sem precedentes ocorrem simbolicamente em Nanquim, cidade do leste do país que a ala nacionalista de Chiang Kai-shek havia escolhido como capital.
Wang Yu-chi, autoridade taiwanesa responsável pelas relações com a China continental, reuniu-se hoje com Zhang Zhijun, diretor do Escritório Chinês para Assuntos Taiwaneses. O local do encontro foi decorado de forma neutra, sem bandeiras visíveis ou títulos oficiais sobre a mesa de discussões, para evitar ferir sensibilidades.
A visita de Wang representa um "progresso importante", destacou a Xinhua, a agência de notícias oficial do regime comunista. Mas o avanço deve ser minimizado, já que analistas não acreditam que os dirigentes dos dois territórios se reúnam em um futuro próximo. O primeiro encontro entre representantes governamentais, no entanto, evidencia os esforços dos últimos anos nos dois lados do Estreito de Formosa para tentar cicatrizar as feridas da guerra civil que terminou em 1949 com uma divisão entre a "República da China" nacionalista e a "República Popular da China" comunista.
Naquele ano, dois milhões de chineses leais ao chefe nacionalista Chiang Kai-shek, derrotado pelas forças de Mao Tse-Tung, refugiaram-se na ilha de Taiwan. Desde então, Pequim e Taipé reivindicam separadamente a autoridade total sobre a China. Pequim considera que Taiwan pertence ao país e não desistiu da reunificação, até pela força se necessário. Mas as relações entre as duas entidades se acalmaram desde a eleição, em 2008, do presidente Ma Ying-jeou.