10 de fevereiro de 2014 - 14h54

Maduro afirma que 'chegará a hora' para a imprensa venezuelana

Internacional
Presidente da Venezuela Nicolás Maduro - Reprodução / Santi Donaire
O presidente de Venezuela, Nicolás Maduro, lançou uma dura advertência aos meios de comunicação. “Vão me chamar de ditador, mas vamos endurecer as normas para que se acabe com a imprensa marrom e a propaganda que se alimenta do sangue e da morte."
 
O chefe do Estado pronunciou estas palavras na véspera do lançamento de um plano para diminuir a criminalidade. O governante acusou os jornais El Nacional e El Universal e o grupo de comunicação Bloque De Armas, três dos quatro principais jornais do país, de apostar no fracasso dessas iniciativas. “Vai chegar a sua hora”, advertiu.
 
As declarações sugerem que a imprensa poderia enfrentar uma regulação iminente de seus conteúdos mediante estas decisões, que genericamente o governante venezuelano chamou plano de pacificação, e que se conhecerão no dia 14 de fevereiro. O chavismo culpa a violência criminosa em primeiro lugar aos conteúdos transmitidos pela televisão.
 
Maduro dedicou o fim de semana para ameaçar a imprensa e os empresários. No sábado, em meio a uma atividade televisionada pelo canal de televisão oficial, chamada Oficina de Máxima Eficiência Socialista, referiu-se aos representantes das entidades empresariais Fedecámaras, Consecomercio e Venancham. “Vai chegar a hora dos chefes que estão por trás da sabotagem à economia”, disse.
 
O governo considera que a empresa privada induz o desabastecimento ao armazenar os produtos em galpões.
 
Os empresários, ao contrário, sustentam que para manter abastecido o mercado é necessário contar com armazéns para rechear as prateleiras. Seus porta-vozes responsabilizaram o governo de querer manipular todas as importações através do setor público e restringir a entrega de divisas que precisam para trabalhar. Esta distribuição de culpas se evidencia na alarmante falta de alimentos e de modo geral de todos os bens que se comercializam no país.