13 de dezembro de 2013 - 08h40

Método simples é ferramenta eficaz no monitoramento de lagartas

Agricultura
Monitoramento é a palavra de ordem quando o assunto é o controle de pragas nas lavouras. Agora, com a confirmação do aparecimento da lagarta Helicoverpa armigera em Mato Grosso do Sul, os cuidados dos agricultores passam a ser redobrados.
 
Algumas técnicas, como o uso do pano de batida, podem ser muito eficazes na hora de monitorar a presença dos insetos na plantação.
 
O assunto foi tema de treinamento ministrado pela Fundação MS para técnicos da Aprosoja MS, em Maracaju.
 
O procedimento é bastante simples. O pano, com um metro de largura por um metro de comprimento, é posicionado na entrelinha da soja.
 
Após uma “chacoalhada” nas plantas, observa-se quantos e quais insetos caíram no pano.
 
Assim, é possível estimar a quantidade de insetos presentes na lavoura, e identificar possíveis pragas.
 
O método pode ser adotado ainda nos estágios iniciais da planta e mostra se é necessário ou não o uso de defensivos químicos.
 
“Essa é uma ferramenta muito eficaz no monitoramento de pragas. Com isso, o produtor pode reduzir custos com inseticidas, já que, com essa técnica, a aplicação dos produtos será feita de forma mais exata”, afirma o pesquisador de fitossanidade da Fundação MS, José Fernando Grigolli.
 
O analista em agricultura do Sistema Famasul, Leonardo Carlotto, avalia que o exercício é extrema relevância para que posteriormente sejam repassadas aos produtores orientações corretas.
 
“Nas propriedades que visitamos, encontramos alguns insetos, como a lagarta da soja, falsa medideira e também uma possível Helicoverpa, que foi encaminhada à análise para saber se é armigera”, explica.
 
Por meio do treinamento, técnicos da Aprosoja MS coletaram lagartas presentes nas plantações de soja, e as levaram ao Laboratório de Controle Biológico da Fundação MS. Eles aprenderam a visualizar as pragas e a identificá-las.
 
Helicoverpa armigera
De acordo com o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), os municípios de São Gabriel do Oeste, Chapadão do Sul e Naviraí apresentaram casos confirmados da praga, o que vem gerando preocupação por parte de alguns agricultores do Estado.
 
Outras amostras ainda estão em análise, e os resultados devem sair nos próximos dias.
 
Ela se alimenta de diversas culturas, como soja, milho, algodão, entre outras, e possui alta capacidade reprodutiva e grande potencial de dano.
 
Para que o controle da praga seja eficiente, é primordial saber diferenciar as espécies.
 
A lagarta da espiga do milho (Helicoverpa zea), a lagarta da maçã (Heliothis virescens) e a Helicoverpa armigera são parecidas, mas são espécies diferentes.
 
“A situação é preocupante pela alta capacidade da praga causar danos econômicos em várias culturas.
 
Entretanto, os produtores estão monitorando adequadamente suas lavouras e utilizando estratégias quando as lagartas estão pequenas, o que facilita o controle da praga”, explica o pesquisador da Fundação MS, José Fernando Grigolli. (Fundação MS)