30 de novembro de 2013 - 11h54

Morre o pai de Cazuza, produtor musical João Araújo

Morte
Velório e enterro acontecem neste sábado - Reprodução
Morreu às 6h30m da manhã deste sábado (30), aos 78 anos, o produtor musical e fundador da gravadora Som Livre, João Araújo. Ele faleceu em casa após sofrer um infarto. Araújo foi casado por 56 anos com Lucinha Araújo, com quem teve um único filho, o cantor Cazuza, morto em 1990.
 
O velório começou às 12h, com a presença de Lucinha, o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, a atriz Lúcia Veríssimo e o deputado federal Miro Teixeira. O enterro está marcado para 17h, no cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul do Rio de Janeiro.
 
Amigo da família, Teixeira contou que, há três semanas, Araújo sofreu uma fratura na bacia, após uma queda. O produtor foi internado no hospital Samaritano, na Zona Sul do Rio, de onde foi liberado na segunda-feira. Durante o período no hospital, os médicos detectaram problemas nos rins de Araújo, que foi submetido a sessões de hemodiálise.
 
Descobridor de talentos
 
O pai do Cazuza - muitas vezes, era simplesmente assim que João Araújo era chamado. Mas ele foi, de alguma forma, pai de muito mais gente na música brasileira. Ao longo de décadas de carreira na indústria fonográfica, o empresário e produtor foi o responsável por lançar artistas como Caetano Veloso, Djavan, Gilberto Gil, Novos Baianos, Lulu Santos e Nara Leão. Em novembro de 2007, ele conquistou um Grammy de Contribuição à Música (Life Achievement), na categoria produtor.
 
Na mesma época, ele fez um balanço de sua carreira, relembrando que resistiu a gravar o primeiro disco do filho e hesitou em reconhecer que Roberto Carlos, o Rei, tinha algum talento.
 
De Caetano, ele lembrava que "o presidente da empresa em que eu trabalhava, a Philips, era francês e quando viu o Caetano, aquele rapaz magrinho, fraquinho, disse: 'João, é bom gravar ele logo porque esse rapaz não vai resistir muito tempo'".
 
Djavan teve a ajuda dele para se firmar no Rio: "Ouvi e achei fantástico o trabalho dele no violão. Mas tinha um problema, ele tinha vindo de Alagoas e não tinha dinheiro para ficar no Rio muito tempo. Arranjei um trabalho para ele na boate 706, do Leblon, e ele conseguiu se manter".
 
Araújo recordava também a "invasão" dos Novos Baianos à sua casa: "O Caetano me ligou e disse que tinha uns baianos maravilhosos para eu conhecer. No mesmo dia, às onze da noite, chegaram todos lá em casa e ficaram tocando até cinco da manhã. O Cazuza era pequenininho e ficou animadíssimo. Eles dormiram espalhados pela sala. A Baby usava um espelhinho de dentista na testa".