Estamos vivendo algo histórico: o nível de escolaridade de donos de pequenos negócios atinge seu maior nível. No quarto trimestre de 2024, a proporção de donos de negócios, que inclui aqueles que são empregadores, mais aqueles que trabalham por conta própria formais/ informais, que possuem nível superior bateu a 24%. Em 2015, os graduados eram somente 15%.
Mato Grosso do Sul está entre os estados com mais empreendedores graduados. Por aqui, temos 29% dos donos das organizações formados no ensino superior. Só ficamos atrás do Distrito Federal (35%) e de São Paulo (33%), os dados são do Atlas dos Pequenos Negócios, do Sebrae, lançado recentemente.
O aumento acompanha outra curva ascendente, a do número de matriculados no Ensino Superior no Brasil, batemos 10 milhões de matriculados na graduação. Aos poucos, e muito graças a facilidade de acesso a este mesmo Ensino Superior, a procura por aqueles que já trabalham por ensino formal só aumenta. Um grande aliado nesta busca pelo diploma é o EaD. A Educação a Distância possibilita que pessoas que trabalham o dia todo, como é o caso da maioria dos empreendedores, possam estudar no horário mais conveniente. Esta modalidade é responsável por mais de 50% do número total de estudantes no Brasil.
Sabemos que a taxa de mortalidade empresarial brasileira ainda é elevada: seis em cada dez micro e pequenas empresas encerram as atividades em até cinco anos (Sebrae) e muitas vezes o encerramento das atividades não está ligado somente a falta de recursos financeiros ou dinâmica econômica do país. Diversas pesquisas mostram o que vejo no dia a dia: a deficiência de gestão, a falta de visão estratégica e a ausência de planejamento, pontos essenciais muito presentes que acabam por sufocar os empreendimentos.
Hoje, o acesso a informações de qualidade sobre empreendedorismo também leva quem quer empreender ou já empreende para o estudo. O empreendedor com nível superior, em geral, tem negócios mais lucrativos e mais duráveis. Além disso, sua capacidade de gestão melhora e por isso ele consegue empregar mais, assim também gera mais renda, não só pra si.
A formação superior inteligente preza pela cultura empreendedora em suas graduações, mesmo que o graduando não pense em empreender. É uma necessidade de nosso tempo que tenhamos essa habilidade, essa capacidade de solucionar problemas. E se isso acontecer de forma eficiente, econômica e assertiva a solução, com certeza, será melhor para todos.
(*) Neca Chaves Bumlai, educadora há 27 anos, mestre em Ciência da Informação pela UNB e diretora da Faculdade INSTED.
