
Conectar estratégia, cultura e inovação tornou-se fundamental para as empresas superarem os desafios gerados pela aceleração e volume da troca de informações. Hoje, líderes bem preparados são aqueles que se tornam agentes de transformação por meio da influência social, capazes de conectar pessoas à estratégia utilizando a cultura corporativa como ferramenta de gestão.

A afirmação atribuída a Peter Drucker de que "a cultura engole a estratégia no café da manhã" nunca foi tão verdadeira. Se a cultura não estiver alinhada com a estratégia, os comportamentos e valores dos colaboradores, que são a essência da empresa, colocam tudo a perder. É por isso que o treinamento de líderes deve ser constante e se atualizar conforme os modelos de negócio evoluem.
De acordo com estudo do World Economic Forum1, à medida que automação e mudanças climáticas transformam os modelos de negócio, cresce a demanda por competências como liderança, influência social e resiliência - habilidades essenciais para que as organizações possam se adaptar e prosperar. No entanto, a realidade mostra que ainda há um grande caminho a percorrer. Segundo a consultoria DDI (Development Dimensions International)2, apenas 20% das empresas declararam ter um grupo de líderes forte e preparado para o futuro.
Na América Latina e no Caribe, o movimento das corporações já começa a ser refletida no mercado regional de treinamento corporativo, avaliado em US$ 23,2 bilhões em 2024, mas com expectativa de quase dobrar até 20333.
Segundo a Harvard Business School Online4, líderes preparados não apenas executam planos, mas traduzem a cultura organizacional e alinham as decisões de negócios aos valores da empresa, fator crítico para garantir resultados sustentáveis no longo prazo. Outro aspecto essencial é a preparação das organizações para contextos incertos. Um levantamento da Manage HR Magazine5 sobre tendências emergentes na América Latina mostra que líderes resilientes e adaptáveis serão cada vez mais indispensáveis para lidar com a volatilidade econômica e política da região.
Por fim, há o desafio de atrair e reter talentos. Investir em liderança gera impactos mensuráveis: a Deloitte6 aponta que empresas com programas estruturados de desenvolvimento de líderes apresentam um turnover 25% menor. Além disso, a Gallup7 evidencia que a qualidade da liderança é responsável por 70% da variação no nível de engajamento ou desengajamento dos colaboradores, indicador diretamente ligado à produtividade e à lucratividade.
Na Samsung, a resposta estratégica ao desafio de desenvolver líderes eficazes reside no Leadership Academy, um programa de capacitação desenhado especificamente para formar líderes capazes de navegar a cultura corporativa única da empresa. Com uma estrutura modular que abrange competências de liderança desde o básico ao avançado, o programa promove a colaboração horizontal e a integração entre pilares corporativos, capacitando líderes a se destacarem em ambientes interdepartamentais. Ao equipar os participantes com agilidade e habilidades estratégicas, o Leadership Academy impulsiona a inovação e mantém o alinhamento com os objetivos do ecossistema dinâmico da Samsung.
Um dos programas de maior sucesso do Academy é o Leadership Incubator. Desenvolvido em parceria com o ISE Business School, associado ao IESE Business School (escola de negócios global que oferece programas de MBA e Educação Executiva) e classificado entre os três melhores do mundo em educação executiva pelo Financial Times em 2025, o programa reúne, desde 2021, talentos da Samsung em toda a América Latina com alto potencial de liderança em uma semana de imersão presencial em São Paulo.
Em sua quinta edição neste ano, a iniciativa já impactou mais de 100 líderes, estimulando o desenvolvimento de hard e soft skills essenciais. A programação inclui temas estratégicos como cultura organizacional, gestão de pessoas, estratégia de negócios, transformação digital, inteligência artificial, foco no cliente e geração de valor. A experiência demonstra que o impacto vai além das competências individuais: os participantes retornam mais alinhados com o propósito da empresa e preparados para liderar em ambientes de alta complexidade.
O investimento em liderança não é mais opcional, mas uma decisão estratégica. Organizações que constroem pipelines consistentes de líderes estarão melhor posicionadas para enfrentar mudanças e gerar crescimento sustentável.
A liderança do futuro precisa ser centrada em pessoas e profundamente conectada à estratégia de negócios. Preparar líderes não é apenas formar gestores, é garantir a perenidade da cultura, a capacidade de inovação e o impacto positivo das organizações na sociedade. Esse é um compromisso que toda empresa que queira ser protagonista no mercado precisa assumir hoje.
(*) Santiago Garcia Lopez é diretor Sênior de Recursos Humanos da Samsung América Latina.
