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Um dia na UPA: Entre o medo de morrer e a sensação de impotência pela incapacidade de mudar algo

Saiba como é o dia a dia dos profissionais

19 julho 2021 - 16h50
UPA Leblon
UPA Leblon - (Foto: Divulgação)
Terça da Carne

A Covid-19 pegou o mundo de surpresa. A quantidade anormal de mortes e as incertezas sobre o vírus deixou o mundo em pânico. Milhares de mortes diárias e, de repente, você está entrando em um hospital, sem saber se vai conseguir sair. Foi assim que Santina Pereira dos Santos se sentiu.

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“Foi difícil quando eu tive a confirmação da doença. Realmente, um momento crucial da minha vida. Algo que eu nunca pensei que viveria. Meus familiares estavam preocupados, eu não estava bem. Então, me levaram direto para a UPA Leblon. Meu marido foi até a recepção, e já iniciaram o atendimento. Em alguns minutos, fui encaminhada para triagem. Minha saturação estava muita baixa, e o médico rapidamente me colocou para tomar a medicação”, relembra o momento que deu entrada na unidade de saúde.

Durante a primeira noite, Santina teve piora em seu quadro de saúde. Porém, se lembra com detalhes de cada dia que ficou sob os cuidados dos profissionais da unidade. “Fiquei 5 dias internada e percebo que foi Deus quem me enviou para lá. Pois hoje posso contar tudo que eu presenciei. Muitos falam mal das UPAs. Mas o que eu vi foi só amor. Todos que chegavam para nos atender, desde médicos, enfermeiros e auxiliares, tratavam minha família com carinho e atenção. Eu tinha tudo o que precisava ao meu alcance: medicamento e equipamentos melhores até que alguns hospitais. Eu me senti amada. Era como estar sendo cuidada em casa”, ressalta.

Nestes tempos de pandemia as incertezas e medo não atingiram somente pacientes. Profissionais preparados para o atendimento também viveram dias difíceis. “As pessoas não sabem como é o nosso dia a dia. Existem situações, como um quadro avançado da doença, que não podemos fazer nada. Isso nos tira o chão. Muitas vezes eu fui para casa chorando. É importantíssimo a presença de um profissional que nos auxilia a lidar com a pandemia. Pois em momentos difíceis, nós precisamos nos recompor, afinal estamos aqui para ajudar e vencer. E vamos vencer a doença”, disse

A profissional de saúde trabalha na UPA Leblon há pouco mais de 4 anos. E conta como foi logo no início, quando se sabia muito pouco sobre a doença. “Eu nunca tinha visto isso antes. Em pouco tempo, a prefeitura mudou completamente a unidade, triplicou os insumos, aumentou a equipe e nos trouxe toda a estrutura necessária para atender os pacientes. Quem é internado aqui têm o melhor cuidado”, finalizou.

Santina sentiu este cuidado nestes dias. Devido ao alto risco de contaminação, os familiares da comerciante não podiam visitá-la. Mas para mantê-los atualizados e mais próximos dela, os profissionais realizavam chamadas de vídeo diariamente para dar recados de conforto e notícias da paciente. “A possibilidade que me deram de manter contato com quem eu amo foi algo que me deu forças. Toda vez que minha família me ligava, me diziam lindas palavras de conforto e incentivo. Eu nunca tinha visto isso em lugar nenhum. Esse é um tipo de atendimento VIP e que eu tive em uma Unidade de Pronto Atendimento” diz.

Emocionada, a comerciante falou sobre seu sentimento depois da internação.” Nesses cinco dias eu só presenciei grandeza, amor e cuidado. Graças a Deus eu estou aqui, e tudo que eu precisei, eu recebi. Eu só tenho a agradecer, inclusive, por participar dessa reportagem. As pessoas precisam saber como é o tratamento que está sendo ofertado. Campo Grande está de parabéns por ter um serviço assim”, finalizou.

Diariamente, as dez unidades de urgência e emergência de Campo Grande atendem aproximadamente 2.736 pessoas. Pacientes de urgência, com Coronavírus, de trauma e pacientes que são acompanhados para tratamento dos sintomas do pós-covid.

Valentina dos Santos Pereira, de 81 anos, teve a doença e hoje recebe o acompanhamento periódico e o tratamento das sequelas na UPA Leblon. “Graças a Deus a pior parte já passou. Estou aqui só para cuidar de alguns sintomas que eu sinto, como tontura e minha pressão que fica oscilando. Todos aqui me tratam com muito carinho. Se sinto frio, a enfermeira já me traz um cobertor. É como ser cuidada pela minha própria família”, ressaltou a aposentada.

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