Muito presente em Mato Grosso do Sul, a cultura gaúcha ganha destaque nesta semana por conta da tradicional Semana Farroupilha, momento onde a cultura e tradição gaúcha marcam presença nos Centros de Tradições Gaúchas (CTG).
Com o lema liberdade, igualdade e humanidade, a maior revolução do Brasil se estendeu por 10 anos e deixou marcas na região sul do País. Em MS, esta herança cultural se torna visível na presença de diversos gaúchos que trouxeram consigo seus valores, tradições e sabores.
Julio Cezar, 53, é um dos que contribuíram para a difusão desta cultura no Estado. Comerciante em Campo Grande, ele é proprietário de um restaurante que traz a essência do Rio Grande do Sul para o coração de MS. Julio veio de Constantina (RS), em 1990. Com a saudade da terra natal sempre em seu peito, ele buscou, ao longo destes 34 anos, transformar seus sonhos em realidade e oferecer um cantinho gaúcho aos seus conterrâneos e aos sul-mato-grossenses.
O Restaurante Paulo VI, nome que homenageia suas raízes e tradições, tornou-se a fonte de sustento e orgulho para Julio e sua família, que ele constituiu em Campo Grande. Embora a adaptação e a conquista da clientela tenham sido desafios iniciais, o carisma e a dedicação de Julio fizeram com que seu empreendimento prosperasse na cidade. “No início, foi uma jornada desafiadora. A cultura é diferente, o paladar também, mas ao longo dos anos, percebi que, além de servir deliciosas refeições, estava também proporcionando um pedaço da minha terra natal para aqueles que sentiam saudade, assim como eu”, relata Julio.
Participante ativo dos CTGs da Capital em tempos anteriores, Julio agora segue as tradições e celebrações por meio das redes sociais. Mesmo distante fisicamente, ele mantém seu espírito gaúcho vivo e se orgulha de suas origens. "A Semana Farroupilha é um lembrete das raízes profundas e dos valores que carregamos. É um momento de reflexão, celebração e, acima de tudo, de orgulho. Sou grato por fazer parte desta rica tapeçaria cultural e por ter a oportunidade de compartilhá-la com outros", conclui Julio, com um sorriso nostálgico e olhos brilhantes.
Em meio a tantas histórias entrelaçadas pela cultura gaúcha, há ainda aqueles que são movidos pela curiosidade e descobrem no CTG uma paixão inesperada. Que é o caso do sul-mato-grossense Vitor Ferreira Sordi, 22, morador de São Gabriel do Oeste, a 135 km de Campo Grande, que por influência da tia e dos primos começou a frequentar o CTG Chama Crioula desde muito novo.
“Todo o ano, dedicamos muitos finais de semana à preparação intensiva, que se amplifica especialmente nos dois meses que antecedem a Semana Farroupilha. Esses momentos são dedicados aos ensaios das danças tradicionais e a práticas individuais, como canto, declamação, causo, trova, chula e dança de salão", relata Vitor.
Ele não só se dedica às danças, como também colabora ativamente na organização das refeições e bailes do CTG. E completa: "É uma tradição que se renova a cada geração, mantendo suas raízes, mas sempre aberta a novas experiências. O CTG é como uma extensão da nossa família. Nele, criamos laços com pessoas de diferentes cidades e estados. O CTG sempre nos traz memórias felizes”, diz.
Outra que ativa na cultura gaúcha é Natália Ferreira da Silva, 32. Seu envolvimento com o CTG começou em 1998.
Para ela, preparar-se para essa semana significa reservar os dias para os eventos no Centro de Tradições Gaúchas, além de organizar suas pilchas, as roupas típicas, bem como acessórios de cabelo e broches, garantindo que tudo esteja perfeito para as celebrações. “Neste ano a minha participação foi menos intensa, mas em anos anteriores, frequentemente contribui na recepção, preparação de refeições e assistência aos convidados. Já estive também em inúmeras danças tradicionais do CTG”, recorda.
Natália Ferreira participa de danças tradicionais no CTG.
Com emoção na voz, Natália expressa: “Participar desta tradição me enche de orgulho. A cultura gaúcha, em sua riqueza e beleza, ressoa no coração de muitos. Ela é um reflexo de honra, determinação e um profundo amor pela nossa terra.”
Quer sugerir uma pauta ou contar sua história para o Light? Mande a sugestão para o nosso e-mail: redacao.acritica@gmail.com, pelo nosso WhatsApp (67) 9 9974-5440 ou pelo direct de nosso Facebook ou Instagram.
