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RESGATAR MEMÓRIAS

Cineasta cria projeto para procurar fotografias lambe-lambe tiradas na Capital

A cineasta Marineti Pinheiro e o Fotógrafo Rachid Waqued estão em busca desses personagens. Quem quiser contribuir para pesquisa pode conversar e enviar a fotos para a cineasta campo-grandense

11 janeiro 2023 - 13h05Da Redação
Câmera construída com madeira e restos de outras máquinas fotográficas
Câmera construída com madeira e restos de outras máquinas fotográficas - (Foto: Reprodução)

Se tem uma coisa que Campo Grande tem é história. Com objetivo de resgatar esses relatos, a cineasta Marineti Pinheiro em parceria com o fotógrafo Rachid Waqued, estão em busca dos 'lambe-lambes' que ficavam em grande parte na Praça Ary Coelho.

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Os lambe-lambes - como ficaram conhecidos - surgiram nas cidades no início do século XX. Eram fotógrafos que utilizavam uma máquina com o laboratório acoplado, o que lhes permitia revelar instantaneamente as fotografias tiradas nos jardins e praças. Tiveram maior prosperidade entre as décadas de 1920 e 1950, mas, em decorrência das transformações urbanas e do maior acesso à fotografia, no início dos anos 1970 já eram considerados figuras raras e folclóricas.

"Nosso interesse é recuperar um pouco do processo, dos objetos, mas, principalmente da memória e da história, assim estamos atrás dos trabalhadores e também queremos que pessoas que fizeram fotos na praça, como lambe, nos enviem essas fotografias para construirmos de forma coletiva e participativa essa memória", comentou Marineti.


"Nosso interesse é recuperar um pouco do processo, dos objetos, mas, principalmente da memória e da história"

Um dos objetos da pesquisa está no acervo do Museu da Imagem e do Som, é uma câmera construída com madeira e restos de outras máquinas fotográficas, decorada com fotos, muitas 3x4, em preto e branco e coloridas, estampando uma espécie de mosaico de rostos da cidade de Campo Grande. "Essa câmera foi construída por alguém nos anos 90 e hoje está no MIS, mas antigamente ficava na praça Ary Coelho, bem no centro da cidade de Campo Grande", comentou Rachid.


Em 2011 na Praça Ary Coelho só existiam dois remanescentes o que contam alguns recortes de jornais da época, esses possivelmente ficaram na praça até meados de 2018, desaparecendo com a chegada da pandemia.

"Assim queremos falar um pouco sobre esse ofício, sobre os objetos e sobre os personagens que praticavam esse método e fazer fotográfico até meados de 2000, bem como encontrar fotos, em sua maioria 3x4 que foram feitas na praça da cidade. Quem quiser contribuir para pesquisa pode entrar em contato", explica.

Resgatar as histórias desses profissionais é, portanto, uma forma de manter viva uma atividade por muitos esquecida e que, entre outras coisas, estabelece uma relação direta com a cidade e suas transformações.
"Esse trabalho busca também lançar luz sobre a construção de memória a partir de acervos físicos, como a caixa de 'fotinhas da praça' e recuperar seu caráter documental, além de trazer um caráter educativo de refletir sobre o avanço das tecnologias e o quão importante os lambes eram para a sociedade, pois, por exemplo, não se tira uma carteira de trabalho sem uma foto, e por muitos anos essas fotos saíram dessas caixas", finalizou Marineti.

As fotos podem ser enviadas nos números de WhatsApp (67) 9 9272-2906 - Marinete | (67) 9 9982-9437 - (Rachid).

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