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A pesca é considerada um refúgio para quem busca lazer e quer se distanciar da correria da cidade. Em Mato Grosso do Sul, o sol e o calorão são sinônimos de pesca no final de semana, e o que mais se vê são pessoas na barranca dos rios aproveitando a temporada.

O pantanal sul-mato-grossense é o melhor e mais procurado para a pesca no Brasil, com mais de 250 espécies de peixes, o lugar é sempre o preferido quando o assunto é pesca esportiva.
Esse esporte é realizado como atividade de lazer, com a finalidade de fisgar o peixe, não para consumo, mas pelo prazer da pesca. Os animais são devolvidos à água com vida e normalmente os pescadores pesam, medem e tiram fotos com o peixe antes de soltá-lo.
A pesca por diversão fica melhor ainda quando é com um grupo de amigos, é o que afirma o engenheiro civil, Rodrigo Fuganti, 33, que atualmente mora em Campo Grande e conta que começou a pescar com 12 anos.
Para ele, a pescaria significa sair da rotina do dia a dia, encontrar bons amigos e contar velhas e boas histórias. Rodrigo pesca de duas a três vezes por ano, organizando viagens com amigos e dividindo as tarefas com o grupo, para não sobrecarregar nenhuma parte, desde as compras de mercado, iscas, tralhas de pesca até combustível.
Rodrigo e os amigos organizando as tralhas de pesca - (Foto: Arquivo Pessoal)
Os amigos fazem medalhas de premiação, positiva ou negativa, para entregar no final da pescaria, e a diversão ficou por conta do velho ditado “é história de pescador”.
Medalhas que são entregues durante a pescaria com os amigos - (Foto: Arquivo Pessoal)
“Na última pescaria foram alguns amigos que nunca haviam pescado, e foi muito engraçado pela falta experiência deles, e um deles acabou pescando a maior quantidade de peixes, levando a medalha de ‘mais peixes’. Nessa última levei a medalha de peixe ‘mais pesado’, sendo que nosso amigo Bruno não aceitou, pois ele dizia que o peixe dele era mais pesado, mas ele acabou levando a medalha de ‘o conversinha’ devido a este fato”, finaliza.
Victor Hugo Nakase Otsubo, 33, empresário em Campo Grande, começou a pescar por meio do incentivo do pai, com 3 anos, desde a pesca de barranco até a pesca embarcada. Para ele, a pesca esportiva significa momento de desligamento da correria e preocupações do dia a dia, além de criar e relembrar boas experiências vividas.
O empresário explica que na pesca esportiva o prazer está em devolver, em saber que em um futuro não tão distante, outras pessoas poderão usufruir dessa mesma experiência, assim como ele quando criança, os filhos vão aproveitar com mais “facilidade” o momento de fisgar um peixe, e pegar o famoso “gosto” pela pesca.
Victor Hugo e seu pai Auro Akio Otsubo o maior incentivador na pesca esportiva - (Foto: Arquivo pessoal)
O pescador conta o que presenciou durante algumas pescarias. “Vi por várias vezes, pessoas pegando e levando, sacos e mais sacos de peixes, isso antigamente costumava ser comum, hoje em dia, este volume não é encontrado mais. A conscientização por parte dos pescadores amadores vêm mudando, e já percebemos a melhoria no volume de peixe. Um bom exemplo é do peixe dourado, no qual a pesca para consumo, está zerada, e já podemos verificar um aumento da sua população nos rios”, acrescenta.
Victor Hugo segurando o peixe - (Foto: Arquivo Pessoal)
Ele relembrou um momento marcante: "Depois de anos e anos fui com meu pai em uma pescaria de chalana no Pantanal, esta oportunidade de poder compartilhar momentos em um cenário espetacular, sem a correria do cotidiano, é uma das maiores lembranças na pescaria.
Victor costuma pescar nos feriados, e combina algumas dessas viagens com amigos, para isso é preciso planejar até um ano antes, dependendo da viagem. “O importante é sempre dividir os momentos bacanas que existem durante a pescaria. Nunca há a garantia de pegar peixe, mas com os amigos há sempre a garantia de boas histórias”, finaliza.
Corujão da Madrugada - Agora vamos falar com quem desenvolve um papel fundamental na pescaria. A empresa que faz o transporte e disponibiliza os barcos para os pescadores. Fábio Lopes de Paula, 40, técnico em radiologia e guia de pesca noturna em Aquidauana é o proprietário da empresa “Corujão da Madrugada” que surgiu através de um hobby.
“Pescar sempre a noite sempre foi minha paixão por vários motivos, peixes maiores e mais nobres como o pintado, cachara e jaú, menos gente no rio, temperatura agradável pois o sol de Aquidauana é quente ao extremo e muito mais vantagens que só quem vai curtir uma pesca noturna vai saber dizer”, conta.
O guia conta que um amigo que foi pescar com ele à noite sugeriu a ideia de que Fábio levasse turista em seu barco, foi quando tudo começou. “Na abertura da pesca eu lancei a pesca noturna, coloquei o nome de Corujão da Madrugada pra ter algo relacionado com a ideia, comecei fazendo das 17h até as 05h da manhã. Eu divulguei nos grupos de pesca do WhatsApp”, explica.
Corujão da madrugada levando turistas - (Foto: Arquivo pessoal)
O guia noturno começou a observar os resultados: “Apareceu o primeiro turista, fizemos uma ótima pescaria com muitos peixes e jantar no barco, um arroz carreteiro preparado na hora. Postei o resultado da pescaria nos grupos. Logo apareceu mais e mais gente querendo agendar. Mas era um horário cansativo e eu não conseguia fazer todo dia, fazia só dia sim é dia não. Daí ajustei o horário para as 14h até a 00h, aí sim, explodiu”, recorda.
Hoje Fábio tem sua equipe com mais três guias de pesca e conta atualmente com quatro barcos, segundo ele os projetos para 2022 já estão saindo do papel e a expectativa é inserir um 5º barco em março e no início da alta temporada o 6º barco.
Corujão da madrugada - (Foto: Arquivo pessoal)
O corujão no início fazia entre 24 a 27 pescarias no mês, e não conseguia atender a demanda, como o negócio foi aumentando padrão do corujão teria que ser mantido e hoje já bateu a meta de 102 pescarias no mês. Fábio conta que o que mais marcou durante a pescaria foi quando encontraram uma onça pintada no rio.
“Quando você encontra uma onça, vê que já valeu a pesca, é uma adrenalina muito grande e uma emoção também, encontramos uma onça pintada no ano passado e outra esse ano. Para mim pescar é a minha paixão, esse é o melhor emprego do mundo, é o que eu faço por prazer e por amor”, finaliza.
Andréia Oliveira esposa de Fábio - (Foto: Arquivo Pessoal)
Como estamos falando em pescaria já estão abertas as inscrições para o 6º festival de pesca de Sidrolândia (Sidropesc).
Evento - O evento será no dia 15 de novembro, no Parque Recreativo Ecológico do Vacaria, em Sidrolândia, a 73 km da Capital. Para quem tiver interesse pode realizar a inscrição até o dia 10, o valor é um brinquedo de R$ 15,00.
A Sidropesc reúne centenas de participantes, e esse ano contará com prêmio de celular, televisão, bicicleta, entre outros. Para saber mais ligue 3272- 2611.
E lembrando para uma boa pescaria com os amigos é sempre importante respeitar as regras ambientais.
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