
Que o Dia das Mães é uma das datas mais aguardadas do ano, todo mundo sabe. Mas o dilema de algumas mães e filhos neste momento é a distância, e recorrer a telefonemas e videochamadas serão as únicas saídas para não passarem a data em branco.

Em Cuiabá, Raffaela Rosa Candia, 64, não aguenta mais a ansiedade para rever sua caçula, Bruna Candia, 32, que reside atualmente em Campo Grande. Já é o segundo ano que as duas não celebram a data juntas. “Minha filha é literalmente tudo para mim. Só consigo estar bem se ela também estiver. Meu coração já fica apertado todas as vezes que nos falamos por vídeo-chamada, pois não estou ali ao lado para ver seu sorriso ou poder dar um carinho. Então repetir esse mesmo processo no próximo domingo, na nossa data especial, será muito dolorido”, lamenta a mãe.
Dona Raffa segurando sua filha Bruna
É claro que não são só as mamães-coruja que sentem o baque do distanciamento físico. Bruna conta ao Light que sofre com a falta dos tradicionais mimos maternos. A atendente comercial deixou o conforto do lar há um ano e cinco meses, quando veio para o Estado a trabalho, buscando expandir seus conhecimentos, e confessa não conseguir se acostumar com a distância.
“Minha mãe é e sempre será o grande amor da minha vida. Sinto a falta dela a todo instante, só Deus sabe como eu queria vê-la em casa no final de cada dia para falarmos sobre qualquer coisa rotineira. Infelizmente, com as obrigações do trabalho e o medo de colocá-la em risco por conta da covid-19, nosso encontro precisa ser adiado. Apesar de já ter sido vacinada, todo cuidado é importante”, declara Bruna.
Vale lembrar que este ano, assim como 2020, tem sido extremamente atípico. A psicóloga Simone Bruno da Silva, alerta sobre a importância de conscientizar as pessoas de que o isolamento social não significa isolamento emocional. “O Dia das Mães não é uma data qualquer, ela nos relembra a importância da pessoa que fez e continua a fazer tudo por nós. Sentimos que precisamos recompensá-las de algum jeito, principalmente na crise atual. Isso gera ansiedade, podendo apresentar sintomas biológicos, por isso é necessário procurar maneiras de contornar a situação para a saúde mental da família”, alerta a especialista.
Bruna conta ao Light que sofre com a falta dos tradicionais mimos maternos
Bruna confessa que a pandemia ensinou que amar em vida é a coisa mais importante após tantas perdas. “Esse mês a morte do meu pai completa 17 anos, deixando a união que minha mãe e eu temos bem mais forte desde a partida dele. Saber que ela, meu porto seguro, está bem e protegida no meio do caos que estamos vivendo, é o que ameniza a saudade”, confessa a caçula.
Enquanto os abraços presenciais estão indisponíveis no momento, os virtuais estão a todo vapor. “Realizar encontros on-line com toda a família, encomendar uma entrega surpresa, indicar filmes ou livros que combinem com sua mãe, além de demonstrar seus sentimentos, são ações simples que irão fazer toda a diferença. Fale de amor e diga sempre que puder o quanto a ama, não há nada que supere isso”, orienta Simone.
O Dia das Mães vem para renovar nossas energias com amor e esperança, e mostrar que a separação física é passageira. “Minha menina sempre diz que eu sou seu ponto de equilíbrio e paz. Mal ela sabe que faz o mesmo por mim, sempre me transmitindo pensamentos positivos de como tudo vai voltar ao normal e realmente acredito nela. Não importa se estamos longe uma da outra, ou se vai demorar até que eu escute um ‘manhê’ pessoalmente. Enquanto a Bruna estiver bem, sinto que fiz meu papel”, finaliza dona Raffa.
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