
Reconhecida internacionalmente pelas telas marcadas pela presença das onças-pintadas, sua assinatura artística, a sul-mato-grossense Lúcia Martins Coelho Barbosa está em Santa Catarina com a exposição “Do Pântano para a Ilha”. A mostra, aberta ao público até segunda-feira (11), acontece na loja Arquitetura do Sono, em Florianópolis, e reúne 14 obras - 11 delas inéditas - produzidas especialmente para o evento.

Esta é a primeira vez que Lúcia expõe no estado, após um percurso que já levou sua arte a sete países e quatro estados brasileiros. O convite partiu das responsáveis pelo espaço, que se interessaram pela ligação da artista com o Pantanal e a cultura sul-mato-grossense. “Quando falei que morava perto do Pantanal, elas acharam interessante trabalhar esse tema. Por isso criei o nome ‘Do Pântano para a Ilha’ e incluí nas telas elementos como flores de aguapé, árvores do Cerrado e as onças, que são meu carro-chefe”, explica.
Lúcia Martins Coelho leva o Pantanal para Florianópolis com 14 obras na exposição Do Pântano para a Ilha, até 11/8
Além das referências à fauna e à flora regionais, as telas também incorporam a renda nhanduti, um bordado artesanal tradicional do Paraguai cujo nome significa “teia de aranha” em guarani. Conhecida pelo traço delicado, essa técnica é usada em peças decorativas e vestimentas, e foi incorporada pela artista como mais um elo entre o Pantanal e outras tradições culturais da fronteira.
Com mais de 45 anos de carreira, Lúcia encara a arte como ferramenta de transformação e reflexão
Foram sete meses de preparação para a exposição, envolvendo criação de obras inéditas, ressignificação de trabalhos anteriores e uso das técnicas pastel sobre papel e acrílico sobre tela. “As obras desta mostra refletem lugares, flores e animais que muitas vezes passam despercebidos no dia a dia. Queremos mostrar que existe beleza aqui e que o Brasil e o mundo precisam olhar mais para nós”, destaca Ygor Alcantara, diretor e responsável pelo catálogo da exposição.
Para Lúcia, a exposição é também uma oportunidade de reposicionar a imagem do Pantanal
O Pantanal como centro de narrativas - Para Lúcia, a exposição é também uma oportunidade de reposicionar a imagem do Pantanal. “O Pantanal não é margem: é centro de novas narrativas. É daqui que falamos ao mundo. Quero que as pessoas se surpreendam ao ver que aqui também se produz arte de qualidade”, afirma. A artista vê na mostra um ponto de partida para novos projetos que mantenham o diálogo entre seu trabalho e elementos culturais de outras regiões.
Com mais de 45 anos de carreira, Lúcia encara a arte como ferramenta de transformação e reflexão. “Eu vivo para a arte. Se não tivesse esse dom de colocar nas telas minhas emoções e sentimentos, talvez não tivesse utilidade para a sociedade. A arte alimenta a alma e abre caminhos para os artistas que virão. Gostaria que o artista fosse respeitado, aceito e considerado útil”, declara.
Serviço
Exposição “Do Pântano para a Ilha” de Lúcia Martins Coelho Barbosa
Data: 5 a 11 de agosto
Local: Loja Arquitetura do Sono – Av. Madre Benvenuta, nº 1318 – Santa Mônica, Florianópolis (SC)
