O Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos Florivaldo Vargas (ISMAC) abriu hoje (13) o 1º Bazar Solidário em Campo Grande. A ação, que segue até quinta-feira (14), acontece no estacionamento do Comper Itanhangá, das 8h às 17h, oferecendo milhares de produtos apreendidos pela Receita Federal a preços acessíveis. O objetivo é arrecadar recursos para manter e ampliar os serviços prestados pela instituição, que há quase 70 anos atende gratuitamente pessoas com deficiência visual no Estado.
Entre os produtos à venda estão celulares, eletrônicos, perfumes importados, brinquedos, roupas, calçados, malas, armações de óculos, patinetes elétricos e itens de uso pessoal e doméstico. A movimentação no local começou cedo e atraiu consumidores em busca de preços mais baixos e de uma causa solidária.
Itens como relógios e óculos são vendidos a preços acessíveis no bazar da Receita Federal em apoio ao ISMAC
Durante a visita ao local, a coordenadora do ISMAC, Alice D’Ávila explicou que o bazar é essencial para manter os atendimentos oferecidos pelo instituto. “O bazar tem o objetivo de arrecadar fundos para que a instituição continue os seus trabalhos. Todos os atendimentos são gratuitos e vivemos de parcerias. Conseguir essa parceria com a Receita Federal foi uma grande conquista”, afirmou.
Segundo ela, os recursos serão destinados a áreas como esporte, educação, reabilitação visual, alimentação, além de manutenção do prédio e folha de pagamento. Alice também reforçou o convite para que a população se torne parceira do instituto por meio de doações mensais ou pontuais. “A acessibilidade precisa ser vista”, reforça coordenadora
Voluntários do ISMAC auxiliam na organização e atendimento ao público durante o Bazar Solidário
Alice também chamou a atenção para os desafios enfrentados por pessoas com deficiência visual. “Não temos acessibilidade fácil nas ruas, calçadas e ambientes públicos. É preciso compreender que essas pessoas fazem parte da sociedade e precisam ser vistas”, disse.
Entre os visitantes nesta quarta-feira estava a jornalista Jane Prado, que conheceu o bazar por meio de mensagens enviadas por amigos. Ela elogiou tanto a proposta quanto os preços. “É muito interessante poder comprar o que precisamos e ainda ajudar. Encontrei malas por R$ 70 e R$ 90, perfumes por R$ 90. Valores bem abaixo do mercado”, relatou. Ela afirmou que pretende conhecer melhor o trabalho do ISMAC depois da experiência.
Valores variam conforme o item, mas muitos produtos custam até menos da metade do preço original
Também presente no primeiro dia, a advogada e voluntária Alessandra Bellini destacou o esforço da equipe ao longo das últimas semanas. “Estamos há mais de 20 dias separando e organizando tudo. É um trabalho árduo, mas vale a pena. Perfumes são os itens mais procurados. Há valores a partir de R$ 60 e perfumes franceses que chegam a R$ 300, ainda assim muito abaixo do preço de mercado”, explicou.
Como funciona o atendimento - O acesso ao bazar é por ordem de chegada. O público entra em grupos de cinco pessoas, com fluxo regulado por seguranças e funcionários. A fila tem avançado rapidamente. Dentro do espaço, os consumidores podem manusear os produtos com apoio dos profissionais do ISMAC.
Consumidores aguardam na fila para acessar o Bazar Solidário realizado no estacionamento do Comper Itanhangá
