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O que para muitos seria incomum ou extraordinário, para Iasmin de Barros Miranda, de 22 anos, é natural, apenas um mero detalhe de sua vida. Isso porque a auxiliar de Nutrição Hospitalar, do Hospital Unimed Campo Grande, é filha de pais com deficiência visual.

Em um primeiro instante, ao relatar este fato, a curiosidade toma conta dos pensamentos e é estampado no rosto de quem ouve, mas, ao escutar o início da história da jovem, o sentimento que toma conta de todos é a admiração.

Segundo Iasmin, o pai perdeu a visão aos 17 anos, em um acidente doméstico na fazenda, e devido às dificuldades e limitações da época, ele passou meses com dores. Quando finalmente conseguiu atendimento, seu quadro havia se agravado para um glaucoma pigmentar com perda total da visão. Já a mãe, desde nascença, é portadora da retinose pigmentar, doença que se manifesta na infância e desencadeia a deficiência visual grave. “Ela vivia com 5% da visão até que aos 30 anos parou de enxergar totalmente”, explica.
Desde pequena a jovem sempre foi os olhos da mãe e do pai, mas só em momentos de urgência ou, como ela mesma conta, “por zelo”. Fora isso, eles realizam sozinhos suas atividades.
“Eu e meu irmão dividimos as tarefas de casa. Eu cozinho com a minha mãe, mas só para ver se a receita deu certo. Tenho o costume de organizar tudo nos mesmos lugares para ser fácil de encontrar e não deixo nada no caminho, para que não tropecem. Verifico também se não tem nada de diferente no quintal, algum bicho ou algo assim. Como eles dizem, nós filhos somos os olhos deles”, detalha a colaboradora.
Por mais que seus pais tenham suas limitações, Iasmin enfatiza que sabem fazer tudo sozinhos. “Cozinham, lavam roupa, faxinam a casa, saem sozinhos para trabalhar. Durante a semana, por ser aposentado, meu pai fica em casa e faz o café da manhã e o almoço, e ainda espera chegarmos para almoçarmos juntos. Minha mãe trabalha meio período”, completa.
A futura nutricionista afirma que os pais são sua maior motivação. “Eles sempre estiveram presentes em todas as minhas conquistas, seja ao entrar para a faculdade, até à aprovação no processo seletivo da Unimed CG. Mesmo em momentos em que estava desanimada, achando que não iria conseguir o que desejava, eles sempre me apoiavam com palavras de conforto, mas também de força e coragem, não me deixando abalar com as frustrações”.
Por fim, como conselho, ela diz que é essencial nos agarrarmos às oportunidades e lutar por elas. “Nunca devemos nos subestimar, pois o conhecimento nos leva a lugares incríveis. Tem uma frase de Albert Einstein que eu gosto bastante, que diz: ‘Lembre-se que as pessoas podem tirar tudo de você, menos o seu conhecimento’”, finaliza.
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