
O que antes era apenas uma forma de expressar emoções simples virou uma linguagem própria nas redes sociais. A geração Z, formada por quem nasceu entre 1997 e 2012, está reinventando o significado dos emojis, criando um vocabulário irônico e confuso que só faz sentido para quem acompanha as tendências do TikTok.

De acordo com o site Emojipedia, jovens têm substituído ícones populares por símbolos aleatórios, transformando o ato de enviar emojis em um código cultural de pertencimento — algo que separa quem “está por dentro” de quem “ficou para trás”.
O movimento começou com o emoji da flor murcha , que tomou o lugar do clássico (coração partido). A mudança surgiu em fevereiro de 2025, quando usuários do TikTok começaram a dizer que o coração partido estava “ultrapassado”.
A flor caída, então, passou a representar tristeza com um toque de ironia — uma forma de dizer “estou mal, mas tudo bem” com humor e distanciamento emocional. A tendência se espalhou por comunidades que brincam com o exagero e o absurdo, transformando o em símbolo de uma melancolia estilizada.
Com o tempo, variações surgiram: o (bateria fraca) e o (folha caindo) também começaram a expressar o mesmo sentimento de “baixo astral poético”, quanto mais absurdo, melhor.
Antes da flor, outro emoji havia dominado o humor online: a cadeira . Em 2021, um usuário do TikTok propôs que o símbolo substituísse o (rosto chorando de rir).
A ideia era rir justamente do sem sentido — usar algo completamente aleatório para expressar gargalhadas. Não era sobre “rir até cair da cadeira”, mas sim fazer graça com a própria falta de lógica.
A brincadeira rapidamente se espalhou: comentários com o emoji de cadeira lotaram vídeos e confundiram quem não estava por dentro da piada.
Em 2025, um novo símbolo assumiu o trono do humor digital: o teleférico . O emoji foi popularizado pelo YouTuber John Casterline, que declarou que o era “o emoji menos usado do mundo” — e que, por isso, seria divertido transformá-lo em uma nova forma de rir online.
O desafio deu certo. Em poucos dias, o emoji começou a substituir o nos comentários do TikTok e em outras redes. O riso agora vinha de um símbolo que não tem relação alguma com humor, o que tornava tudo ainda mais engraçado.
A tendência ganhou força quando usuários resgataram um vídeo antigo do influenciador BrentTV, que em 2021 “previu” que o teleférico substituiria o emoji de risadas no futuro.
Para especialistas em cultura digital, o fenômeno mostra como a linguagem online está em constante mutação — e como a geração Z usa o nonsense como forma de identidade. O valor está menos na clareza e mais no sentimento de pertencimento.
No fim das contas, os emojis viraram muito mais do que imagens fofas: são expressões culturais em movimento, onde o humor, a ironia e o caos são parte essencial da conversa.
