
Heitor Brites Oleksyw, estudante da Escola Estadual Dom Aquino Corrêa, no município de Amambai, foi um dos grandes destaques da cerimônia nacional da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), realizada no último dia 30 de junho, no Rio de Janeiro. O jovem conquistou uma das 683 medalhas de ouro distribuídas para os melhores estudantes de todo o Brasil.

A conquista de Heitor é ainda mais significativa por colocar Mato Grosso do Sul entre os estados com representantes no pódio máximo da competição. Ao lado de outros dois colegas da Rede Estadual de Ensino, ele celebrou o reconhecimento em um evento que reuniu autoridades, cientistas e estudantes de alto desempenho.
Promovida pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), a OBMEP é considerada a maior olimpíada científica do Brasil, com mais de 18,5 milhões de participantes nesta edição. Realizada anualmente desde 2005, a competição tem o objetivo de estimular o estudo da matemática e descobrir talentos entre estudantes da rede pública e, desde 2017, da rede privada também.
Heitor já havia conquistado medalha de bronze em edições anteriores da olimpíada, mas a virada de chave aconteceu quando percebeu o impacto que a OBMEP poderia ter em sua vida acadêmica.
“Quando fiz pela primeira vez, achei que era só uma das várias provas do governo, sem muita preocupação. Mas depois que ganhei bronze e fui descobrindo os benefícios que a OBMEP poderia me dar, passei a me dedicar mais aos estudos”, relatou o estudante.
O esforço e a dedicação valeram a pena. Em 2024, Heitor voltou à prova com ainda mais preparo e alcançou o ouro. A experiência de receber a medalha no Rio de Janeiro, segundo ele, foi transformadora.

“Essa semana tive a oportunidade de viajar para receber minha medalha, participar de vários eventos e conhecer novas pessoas. Foram experiências incríveis e inesquecíveis. Isso me ajudou a descobrir que, com dedicação, posso chegar a vários lugares. Foi muito gratificante poder dizer com muito orgulho que estou entre os melhores do Brasil”, afirmou.
A cerimônia de premiação aconteceu no hotel Windsor Oceânico, na Barra da Tijuca, e contou com uma programação especial para os medalhistas. Além da entrega oficial das medalhas, os estudantes participaram de atividades culturais, sorteios, salão de jogos, palestras e confraternizações.
Entre os presentes no evento estavam a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o ministro da Educação, Camilo Santana, e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. A presença das autoridades reforçou o peso simbólico da OBMEP como ferramenta de transformação social por meio do conhecimento.
Durante a cerimônia, Marcelo Viana, diretor-geral do IMPA, destacou o impacto duradouro da olimpíada. “Há 20 anos a OBMEP alcança quase a totalidade do território nacional identificando talentos e incentivando o gosto pelo aprendizado da matemática. É cada vez mais comum que universidades utilizem o desempenho em olimpíadas como critério de seleção”, disse.
Para além do prestígio, a OBMEP também oferece oportunidades concretas aos vencedores. Os medalhistas de ouro, prata e bronze podem participar do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC), uma iniciativa que oferece bolsas mensais de R$ 300, financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os participantes do PIC têm acesso a aulas e materiais de matemática avançada, sob a orientação de professores especializados. A proposta é não apenas aprofundar o conhecimento dos jovens, mas também estimular o pensamento científico e a autonomia intelectual.
O desempenho na OBMEP, inclusive, já é reconhecido por instituições de ensino superior, sendo considerado como critério de seleção em processos seletivos de diversas universidades públicas e privadas.
