
No dia (11), comemorou-se o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, um tema que está cada vez mais tendo visibilidade. O jornal A Crítica conversou com a Mestranda em Física, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Thalita Lima, 23, para falar um pouco mais sobre sua trajetória.

“Desde criança sempre fui muito curiosa, e sempre amei ciências. Porém, tinha pouca noção sobre o que era um cientista, e pouco incentivo durante o ensino fundamental. Comecei a me envolver com pesquisa em 2012, quando cursei o ensino médio no Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS). Pouco depois da minha entrada, fiz a iniciação científica Júnior. Desde esse momento comecei a ter mais noção do que é ciência e o impacto magnífico que ela tem na sociedade”, conta..
Thalita começou sua primeira iniciação científica, ainda no IFMS, na área de biofísica. “Durante os anos que trabalhei com biofísica no ensino médio, participei de feiras de ciências e diversos estados, e principalmente, me apaixonei pela área de física aplicada”.
Com as experiências, ela escolheu cursar física na UFMS e continuar a fazer iniciação científica e posteriormente o mestrado em ciências dos materiais.
Thalita no SBPC na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Foto: Arquivo Pessoal
“Fazemos ciência para a resolução de um problema real presente na sociedade. A questão que a minha pesquisa é sobre as bactérias multirresistentes aos antibióticos. Nesse sentido, a proposta é a inativação fotodinâmica de bactérias. No meu projeto estou desenvolvendo nanopartículas, que quando ativadas pela luz são capazes de inativar totalmente essas bactérias. Sendo assim, com essa ideia estou procurando contribuir para o avanço da ciência e a resolução de uma problemática atual e emergente”, enfatiza a mestranda.
Para ela, as mulheres fazem parte do desenvolvimento científico desde a antiguidade, e é necessário que haja a visibilidade delas nesse fenômeno.
“Milhares dessas mulheres foram esquecidas pela história. Graças a essa constante invisibilização, temos pouquíssimo acesso a representatividade feminina nas ciências e também foi normalizado que a pesquisa científica não é lugar das mulheres. Por conta disso, é tão importante a visibilidade das mulheres na ciência”, explica.
Para a pesquisadora, o caminho percorrido não foi fácil, e houve várias situações em que precisou se posicionar, por isso, ela deixa três conselhos para mulheres que pretendem ingressar neste ramo.
“O primeiro é que a mulher que for fazer ciência, tenha o hábito de falar, de não aceitar essas agressões calada. Questione o porquê da piada machista ser engraçada, e avalie se é caso de denúncia, às autoridades da universidade ou até mesmo a polícia. Meu segundo conselho é se puder procurar fazer terapia, ela irá te ajudar a lidar com isso de uma forma muito mais saudável além de que vai te fazer muito bem. E o último conselho é ser corajosa, mostre como a ciência é sim o seu lugar”, finaliza.
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