
Pensar sobre o que é melhor para a saúde e bem estar do seu animalzinho pode se tornar algo muito complicado, ainda mais quando o assunto é a castração. O Light vai sanar algumas dúvidas de quem ainda não sabe o que fazer com o seu pet.

A cirurgia de castração possui apenas um malefício para o seu animal, a infertilidade. Por se tratar de um procedimento de retirada de útero e testículos, ela é irreversível. Seus benefícios, no entanto, são inúmeros: Prevenção de problemas no útero, ou tumores nas fêmeas, problemas de próstata e tumores nos testículos dos machos, diminuição de marcação de território, além de cruzas indesejadas e ganho de peso - para aqueles que gostam dos gordinhos -, mas se não for o caso, uma rotina de atividades físicas e alimentação equilibrada já ajuda.
No caso das fêmeas, há duas opções: a mais comum é a de abertura do abdômen, que é mais delicada, e também a videolaparoscopia, menos evasiva, mas ainda não acessível para todos os públicos, por ser realizada em grandes clínicas e hospitais escola. Para os machos apenas um procedimento é realizado, o de retirada dos sacos escrotais, que não exige abertura cirúrgica no animal e é muito mais simples.
Segundo a médica veterinária, Luana Sartori, não há contraindicações para a castração. “Têm animais com 15 anos, que independente da idade passam por procedimento cirúrgicos tranquilamente e ficam super bem. Só não pode castrar o animal que é para procriação. Se não quer procriar, pode castrar. Não tem problema nenhum”, disse. A castração pode ser feita a partir de seis meses nas cadelas e quatro ou cinco meses nas gatas. Para os machos, o procedimento é liberado a partir de oito meses, onde o saco escrotal já desceu por completo e não traz riscos de interferir no trato urinário do animal.
A médica veterinária, Luana Sartori
Sartori esclareceu que nos mitos e verdades que surgem nas “conversas de corredor” a maioria é mito e o correto é levar seu animalzinho em um veterinário habilitado e de confiança para fazer uma avaliação individual, pois cada caso é um caso. Mesmo assim, ela reforça que todas as idades podem ser castradas e principalmente, que não é necessário a fêmea já ter passado por um cio ou ter tido cria. "Muitos donos acham que se não esperarem essas etapas, a fêmea terá problema hormonal, quando na verdade o melhor é realizar antes do primeiro cio. Para os machos, a questão sobre acalmar o animal e diminuir a agressividade, varia muito da personalidade de cada pet", explica.
A estudante Amanda Oliveira, 22, decidiu castrar seu cãozinho labrador de um ano e cinco meses no começo do ano, em uma clínica particular e não se arrepende do procedimento. "Eu estava com muito medo de levar o Spike para castrar, porque sempre me falaram que poderia trazer consequências. Mas eu não vi isso e ele continuou brincalhão”.
Spike fazendo "arte"
Ela deixa claro que Spike não ficou traumatizado como alguns disseram que ficaria. “Ele continua um filhote muito brincalhão e com menos agressividade que costumava ter. Apenas os primeiros cinco dias foram complicados, principalmente no quesito recuperação. Ele é um cachorro de porte grande e com tendência a ser muito agitado, por isso alguns pontos se romperam e ele sentiu dores no processo de cuidar dos curativos, mas depois desses dias, ele apresentou recuperação”.
Castramóvel - Em abril, a Prefeitura de Campo Grande em conjunto com o Centro de Controle e Zoonose (CCZ), implantou novamente o Castramóvel nos bairros da Capital, através de uma iniciativa do deputado estadual Marcio Fernandes (MDB). O objetivo do projeto é atender bairros de vulnerabilidade socioeconômica, oferecendo o serviço de castração e educação sobre abandono, saúde e segurança dos animais, de forma totalmente gratuita e desta vez, atendendo somente os cães, sendo uma opção para famílias que não conseguem custear o procedimento em clínicas particulares.
Ao todo sete regiões de Campo Grande que ao longo do ano serão contempladas com o Castramóvel. Algumas delas são Caiobá, Indubrasil, Vida Nova e Los Angeles. Para ter acesso a esse benefício os moradores interessados podem entrar em contato com os seus agentes de saúde. Eles são os responsáveis por vincularem as famílias ao Castramóvel, fazendo uma relação - de quem recebe benefícios sociais, de quantos cachorros possuem, se tem interesse no projeto - e repassando para o CCZ.
Com três meses de funcionamento já foram realizados 200 procedimentos e 70% desses animais são fêmeas, que tem sido a prioridade no momento. Apenas dois bairros já receberam atendimento. A ideia é retornar quando o serviço tiver sido oferecido para as sete regiões, dando uma nova oportunidade para a comunidade. Em média, o Castramóvel fica na Unidade Básica de Saúde (UBS) durante cinco semanas, atendendo de 20 a 30 animais, por fim de semana.
A coordenadora do CCZ, Juliana Rezende, explica que os benefícios dessa ação vão muito além de um controle da natalidade. “Algumas pessoas acham que a castração é a única solução para se evitar o abandono e os maus tratos dos animais, mas o principal é a educação da população. Lembrando que um animal maltratado fica sem os recursos necessários e pode agredir uma pessoa, ficar doente, levar mais pessoas para as unidades de saúde… Na verdade é um ciclo, e a gente está tentando entrar nesse ciclo para ver se melhora o convívio harmonioso entre animais e pessoas”, explica.
Outro benefício incluído no procedimento é microchipar o animal. Um microchip que não causa nenhum problema no cão, é pequeno e introduzido através de uma agulha, na região da nuca que carrega um código numérico. Ele fará com que o CCZ identifique a quem o cachorro pertence, caso ele fuja e seja resgatado. A viatura de recolhimento, antigamente chamada de carrocinha, hoje trabalha com solicitação. Então, se um animal está perdido no seu portão ou invadiu sua casa, o CCZ o recolhe e verifica se ele possui um microchip.
Caso seu bairro ou sua família não esteja inclusa no projeto, é possível microchipar. O procedimento custa R$ 15 e é realizado após a emissão de uma guia de serviço, obtida na na sede do CCZ localizada na Avenida Filinto Muller, 1601 - Vila Ipiranga e pagar a boleto em um banco ou casa lotérica.
Para os felinos, a opção oferecida é através de agendamento no site castracao.campogrande.ms.gov.br. Primeiro é necessário fazer o cadastro na plataforma, depois esperar a liberação das 600 vagas todo dia 20. É importante abrir o sistema cedo, pois as vagas acabam rápido. Conseguindo agendar em um dos horários oferecidos, basta levar até o local, no dia marcado, o seu gatinho, o comprovante disponibilizado no site e um documento com foto.
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