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Papy Viterbo já teve muitas ocupações ao longo de seus 42 anos de vida. Atualmente, divide-se entre fazer faxinas, confeitar, cozinhar, ser mãe, esposa, avó e cuidar de gatos abandonados do Jardim Serraville, perto do Noroeste, bairro onde reside.

A história da cuidadora começou em 2015, quando Vitória, uma gatinha de rua, escolheu-a para ser sua mamãe humana, contou ao Light.
“Há seis anos apareceu uma gatinha aqui, muito doentinha. Comecei a cuidar dela e coloquei o nome de Vitória, justamente porque foi uma luta. Ela ficou linda. Infelizmente não está mais comigo. Eu sou ‘cachorreira’ e amo gatos desde que eu me entenda por gente”, relata. Ainda de Vitória, nasceu o Amarelo, um dos grudes da amante de animais.
A paixão da faxineira pelos gatinhos foi tanta que adotou ainda mais eles. Deu alimento, amor, carinho e até uma casinha, que fica em frente a sua casa e teve que ser reforçada. “O único lar de madeira que sobrou aqui comigo eu precisei pedi a um amigo para fazer, porque as que eu comprava eram menores e mais leves, as pessoas levavam”. Entre tamanha cautela, mais felinos apareceram em sua vida com o passar do tempo.
A casinha de madeira dos gatinhos fica em frente à casa da cuidadora – (Foto: Arquivo Pessoal)
Belinha, uma siamesa, foi a próxima. Papy diz que não sabe como ela apareceu, mas que desconfia que a abandonaram justamente por causa do lar de madeira na calçada da residência. “A Belinha chegou castrada, por isso acho também que a deixaram para eu cuidar. Mas a minha primeira gatinha não era e teve mais crias fora o Amarelo. Os filhotinhos foram todos adotados”, relembra.
O desrespeito das pessoas com os animais tirou a vida de suas duas gatas há dois anos. “Um morador daqui passou correndo e atropelou a Vitória no final da rua. Fiquei arrasada. Comecei a ‘policiar’ mais a rua, a pedir para os carros irem devagar. Porém, infelizmente, a Belinha também acabou morrendo do mesmo jeito. As pessoas não têm respeito nem umas pelas outras, quem dirá por animais de rua”, explica.
Homenagem da cuidadora à gatinha Vitória – (Foto: Arquivo Pessoal)
Papy afirma que as criações não pararam por aí. A cuidadora brinca que o único gato começou a levar ‘namoradinhas’ para serem cuidadas. “Acho que ele fala, vem, vamos comigo, lá tem casa, comida e roupa lavada. Ele trouxe a Nojentinha e a Sirene que, por ter rabo grande, é carinhosamente chamada de “Rabuda”. As duas, gestantes”, diz humorada.
Ela conta que a primeira felina teve duas crias, onde delas apenas o macho Shoyu não foi adotado e, apesar de ser um pouco mais velho, espera um lar. A segunda gata também já teve seus filhotes e dois, que ainda não possuem nome, estão aguardando tutores responsáveis que os queiram. “Eu só quero uma casa para eles, onde possam dormir, ter carinho, uma refeição, assim como é aqui em casa. Eles ficam do lado de fora e eu tenho medo de alguém passar e maltratar. A minha luta sempre vai ser essa, tem quem não goste e agrida só por ver o bichinho na calçada, então tenho o sonho de dar um lar para eles”, pede emocionada.
Dois gatinhos, ainda sem nome, necessitam de um lar – (Vídeo: Arquivo Pessoal)
Fora seus gatos, mais duas cachorras moram com ela: uma Pitbull, a Rachi, e uma vira-lata, também resgatada, a Ratinha. Ambas são muito ciumentas e donas da casa, então os gatinhos só conseguem o posto de ‘reis do lar’ quando estão presas. “A Rachi é a minha mais velha, está sempre colada em mim. Estamos conversando e ela está aqui o meu colo. Elas são meus bebês, minhas filhas mesmo”, conta.
Ela também é mãe de mais duas cachorras - (Foto: Arquivo Pessoal)
Um dos planos de um futuro próximo é castrar as gatas. “A Nojentinha tomou uma vacina para não entrar no cio por quatro meses, mas quero castrá-la para, em seguida, ser a vez da Rabuda quando ela parar de amamentar. Não quero que os bichinhos fiquem sofrendo com a demora da adoção”, explica.
Campo Grande conta com serviços gratuitos de castração disponibilizados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Além da felina, que possui agendamento on-line pelo site do CCZ, o serviço Castramóvel circula pelas regiões com maior vulnerabilidade socioeconômica e amplia a esterilização de cães.
O serviço de castração é gratuito e acontece no veículo – (Foto: Divulgação)
Nessa novidade móvel lançada em 25 de abril, os cães selecionados são levados ao trailer e o procedimento é realizado em menos de 15 minutos. Depois, o cachorro é levado para o pós-operatório, onde permanece entre 40 e 90 minutos e encaminhado para casa.
A rotina de cuidados e atenção da mãe de pet auxilia para uma vida mais digna dos animais resgatados, garante. “Eu só quero que as pessoas tenham respeito por eles e que eles ganhem um lar, atenção, amor. Os animais só dão carinho, é nossa obrigação retribuir”, finaliza.
Ajuda – Os interessados podem ajudar com abrigo dos dois irmãos e doação de rações. Mais informações podem ser obtidas pelo seu número (67) 99225-9499.
Castração – Informações adicionais sobre os serviços de esterilização serão encontradas pelos telefones (67) 3313-5000 e (67) 2020-1811 ou pelo site do Centro de Controle.
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