
O economista Lorenzo Torres Martinez, de 62 anos, será nomeado vice-cônsul honorário da Espanha em Mato Grosso do Sul. A cerimônia de posse acontece nesta segunda-feira (12), no auditório do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Entre as funções do cargo, terá a intermediação da aquisição de passaportes e execução de atividades de fomento à cultura espanhola.

O evento vai contar com a presença do cônsul-geral da comunidade espanhola em São Paulo, Ángel Vázquez Díaz de Tuesta. As atividades do Consulado Geral da Espanha em São Paulo abrangem o território dos estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. Atualmente, 400 famílias estão cadastradas no Centro Beneficente Espanhol, em Campo Grande.
A sede do vice-consulado será no Centro Beneficente Espanhol, na rua Maria Alice, 26, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande. O atendimento será às segundas, terças e quintas-feiras, no período de 8h às 11h.
O vice-cônsul honorário Lorenzo Torres explicou como será o funcionamento de uma maneira geral do órgão em Mato Grosso do Sul.
Acompanhe a entrevista:
A Crítica - O senhor será nomeado nesta segunda, dia 12, como vice-cônsul honorário da Espanha aqui em MS. O que significa ser vice-cônsul?
Lorenzo Torres – Aexistência do vice-cônsul honorário no Estado é de suma importância porque vai diminuir a necessidade de as pessoas terem de se deslocar a São Paulo para resolver alguns assuntos junto ao Consulado Geral da Espanha.
A Crítica - Como surgiu a indicação do senhor?
Lorenzo Torres – Essa indicação surgiu a partir da vacância do cargo em 2013. Houve, então, a necessidade de fazer o pleito junto ao Consulado Geral da Espanha para a nomeação de outro vice-cônsul. Venho atuando na Associação dos Espanhóis desde 1982 ea diretoria da associação achou por bem fazer a indicação. Posteriormente, representantes da comunidade espanhola confirmaram essa indicação. Em seguida foram realizados os trâmites. Esse processo começou em junho de 2016 e culminou em dezembro de 2017 com a minha indicação.
A Crítica - Haverá uma sede fixa para atender as pessoas?
Lorenzo Torres – Sim. Na própria associação dos espanhóis, no Centro Beneficente Espanhol, é cedida uma sala para fazermos as nossas atividades.
A Crítica – Como obter mais informações sobre o vice-consulado no Estado?
Lorenzo Torres – O endereço do vice-consulado é na rua Maria Alice, 26, no bairro Taveirópolis, em Campo Grande. O telefone é (67) 3027-4719e o expediente será toda segunda, terça e quinta-feira, das 8h às 11h.
A Crítica - Requerer cidadania ou mesmo visto, caso seja preciso, poderá ser feito aqui?
Lorenzo Torres – A cidadania e o visto somente são feitos em São Paulo. Poderá ser feita aqui, por Mato Grosso do Sul, a tramitação de documentos, mas as pessoas terão de se deslocar a São Paulo para definir as questões sobre isso.
A Crítica – Como a pessoa pode requerer a cidadania espanhola? Quem tem esse direito?
Lorenzo Torres – O primeiro passo para requerer a cidadania espanhola éa pessoa entrar no portal www.exteriores.gob.es. Láhá um link explicativo de quem pode requerer a nacionalidade. Até dezembro de 2011, netos de espanhóis poderiam requerer a cidadania através da Lei Histórica, porém ela foi encerrada. Uma das obrigatoriedades para requerer a cidadania é residir por mais de dois anos na Espanha. Há também casos de interesse do governo espanhol, como pesquisador, etc. Mas no site tem todos os requisitos de quem pode e o que é necessário para requerer a cidadania espanhola.
A Crítica – Para viajar à Espanha, o brasileiro precisa de Visto?
Lorenzo Torres – Pessoas do Brasil não precisam de visto para fazer turismo na Espanha pelo período de até 90 dias no país. No caso de um período superior aos 90 dias, o Visto deverá ser requerido. Se a intenção for ficar por mais do que esse período deve ser feito o pedido de Visto, porque normalmente é feita uma triagem para saber quanto tempo vai ficar, se tem a passagem de volta, se tem recursos necessários para ficar no local, ou seja, tem uma série de quesitos que são questionados na hora da entrada no país.
A Crítica - O senhor tem ideia de quantos espanhóis e descendentes residem no Mato Grosso do Sul?
Lorenzo Torres – É difícil precisar. Nós na Associação temos 400 famílias cadastradas, mas acredito que deva haver uma grande quantidade de pessoas originárias ou descendentes por todo o Estado de Mato Grosso do Sul. Essa situação constatamos ao circular pelo Estado e verificarmos muitas pessoas que são netas, filhos. Mas a estimativa não temos efetivamente.
A Crítica - O fato de o Estado fazer fronteira com Paraguai e Bolívia teve influência na criação do vice-consulado?
Lorenzo Torres – Efetivamente, não. O vice-consulado honorário atende também bolivianos, paraguaios, de países vizinhos para fim de informações.
A Crítica - A criação de um vice-consulado em MS poderá estreitar as relações, seja comercial como turística, entre o Estado e a Espanha?
Lorenzo Torres – Perfeitamente. Vamos estar em contato próximo com o Consulado Geral da Espanha e isso facilita muito essa integração.
A Crítica – O intercâmbio cultural pode ser feito a partir do vice-consulado em Mato Grosso do Sul?
Lorenzo Torres – Sim. Isso, nós no Centro Beneficente Espanhol, com alguma frequência temos realizado ações culturais e filantrópicas.
