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DR. LUIZ OVANDO

"O Brasil precisa de equilíbrio, não de briga política"

Deputado federal do Progressistas critica brigas políticas e diz que país precisa de líderes que busquem diálogo e soluções para a população

28 julho 2025 - 10h00Da Redação
Ovando pede consenso e diálogo para superar briga ideológica
Ovando pede consenso e diálogo para superar briga ideológica - (Foto: A Crítica)

Médico e professor universitário, Luiz Alberto Ovando, 75 anos, é deputado federal pelo Mato Grosso do Sul desde 2019. Com histórico de atuação firme na Câmara, Ovando se posiciona em defesa do agronegócio e critica a polarização que, segundo ele, impede o país de avançar. Nesta entrevista ao jornal A Crítica, ele fala sobre as tarifas impostas pelos Estados Unidos, a relação Brasil-EUA, a situação judicial do ex-presidente Jair Bolsonaro e a necessidade de um projeto de nação que una forças políticas para enfrentar desafios econômicos e sociais.

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Jornal A Crítica: Deputado, como avalia o impacto da decisão dos Estados Unidos de aumentar tarifas sobre produtos brasileiros?

Luiz Ovando: Essa medida preocupa muito. A economia americana gira em torno de 30 trilhões de dólares, enquanto a brasileira não chega a 3 trilhões. Só a Califórnia tem PIB maior que o Brasil inteiro. Uma tarifa de 50% torna nossos produtos menos competitivos. Isso trava a indústria, o agronegócio e pode gerar desemprego. Precisamos negociar, como ocorreu com a União Europeia, que reduziu tarifas de 30% para 15%. Esse é o caminho para proteger a economia nacional.

Jornal A Crítica: O senhor considera essa postura dos Estados Unidos radical?

Luiz Ovando: É uma postura de força. Quando vi a carta do ex-presidente Donald Trump ao presidente Lula, percebi que havia um jogo político e ideológico. Antes, produtos americanos pagavam 11% para entrar no Brasil, e os nossos 2% nos EUA. Agora, os americanos querem impor regras, pressionando inclusive o STF e o governo brasileiro em relação a decisões judiciais envolvendo o ex-presidente Bolsonaro. É uma negociação dura, mas precisamos defender o interesse do Brasil.

Jornal A Crítica: O ex-presidente Bolsonaro hoje usa tornozeleira eletrônica. Como o senhor enxerga essa situação?

Luiz Ovando: Depois que o STF anulou os processos contra Lula, tudo passou a ser possível. Temos um governo fraco que se apoia no Judiciário, e isso gerou distorções. Bolsonaro rompeu com estruturas antigas e vem sendo perseguido há anos. A tornozeleira é um detalhe, um símbolo dessa perseguição. Isso não é justiça; é retaliação política.

Jornal A Crítica: O senhor sempre criticou o excesso de poder do Judiciário. Qual seria a saída para equilibrar os poderes?

Luiz Ovando: Precisamos que o Legislativo funcione plenamente, convocando ministros quando necessário, cobrando limites. Hoje, há dificuldade porque muitos parlamentares têm processos no STF. Isso inibe ações firmes. É fundamental que os poderes atuem de forma independente, respeitando a Constituição, para restaurar a harmonia institucional.

Jornal A Crítica: O PP já tem nomes para disputar a Presidência em 2026?

Luiz Ovando: Ainda não. Mas defendo alguém equilibrado, com serenidade para conduzir o país. Precisamos superar a polarização ideológica e focar em um projeto de nação que pense no longo prazo, no crescimento econômico, na geração de empregos e na qualidade de vida da população.

Jornal A Crítica: O que a população espera da política hoje?

Luiz Ovando: O brasileiro está cansado de radicalismos e promessas vazias. Quer ver o país crescer, quer soluções práticas para problemas reais: emprego, segurança, saúde, educação. A política precisa oferecer respostas, não alimentar divisões. Confira a entrevista na íntegra:

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