
O pré-candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul pelo Partido Social Democrático (PSD), Marquinhos Trad, deu entrevista ao Giro Estadual de Notícias na última quinta-feira (7). Ele destacou o sentimento em relação à pré-campanha, analisou os possíveis adversários no pleito de outubro e afirmou que a população não precisa de benefício e sim de oportunidades.

Além disso, Marquinhos comentou a situação envolvendo possíveis nomes para compor o cargo de vice-governador em sua chapa. Por fim, o legado dos outros políticos da família Trad em Mato Grosso do Sul.
Confira a entrevista abaixo
Você agora é um ex-prefeito de Campo Grande e pré-candidato ao Governo do Estado. Como está o sentimento em relação a isso?
Estou em paz no coração com a decisão tomada após muita oração e reflexão. Acima de tudo, advinda do anseio popular. Todos os eleitores de Mato Grosso do Sul que foram ouvidos em várias pesquisas qualitativas afirmam a necessidade de termos um gestor presente, que não se esconde, um governante que dá cara a tapa, está no meio do povo e um governante que esteja preparado administrativamente, de ficha limpa e humano. Esse que busca uma política tributária justa e que capacite e qualifique os jovens para o mercado de trabalho. Assim, a maioria dos entrevistados afirmavam e respondiam ‘não queremos uma mudança sem segurança, não queremos nos aventurar’. Dentre os nomes, alguns são retornar ao passado, eles tiveram o tempo, a oportunidade e já fizeram pelo nosso Estado. Os outros são carimbos da sequência administrativa do Governo atual. Eles entendem que o ciclo se encerrou. Agora é a vez de alguém novo, com coragem, ousadia, preparo e sem problemas na Justiça.
O que o eleitor sul-mato-grossense quer de fato na sua observação? Seria um candidato com ficha limpa sem problemas na Justiça?
É isso que os homens que buscam obedecer a princípios ensinam a seus filhos, não há como você contratar um gerente de uma empresa com passado sujo e sobretudo um passado que ainda não tem uma decisão segura do Poder Judiciário. Existem algumas considerações que não são criadas por mim, foram criadas por ele próprio. Ninguém está aqui para criticar por criticar, falar por falar, mas tudo aquilo que hoje existe em desfavor desses concorrentes foi criado por eles, que agiram dessa maneira, tomaram esse tipo de ação, escolheram esse caminho. Quando se tornou público, a população ficou sabendo.
O pré-candidato vem se destacando em pesquisas eleitorais e está como um dos favoritos ao cargo de Governador. Como observa esse item?
Com relação a estar liderando as pesquisas, eu digo para todos que só fala mal de mim quem não me conhece, quem me conhece com certeza, por mais que divirja de algumas ideias, nos respeitam. Quando é citado que eu lidero em Campo Grande é porque aqui as pessoas me conhecem. Eu nunca mudei meu jeito de ser, eu sou o Marquinhos que eles criticam sabe como? ‘Ah, o Marquinhos vive jogando bola no terrão, ele vai à associação de moradores e canta bingo, está lá dentro da cozinha ajudando a galinhada. Isso não é papel de administrador’. Olha, um bom governante cuida das pessoas e o cuidar das pessoas não é pagar conta delas. As pessoas menores não querem que paguem as contas delas, querem oportunidades, trabalho para os filhos, as noras, os genros, os esposos. Eles querem uma chance de entregar um currículo com capacitação e com qualificação.
Aqui em Campo Grande nos últimos cinco anos e três meses, entregamos 260 cursos de qualificação aos jovens. As famílias que buscam essa qualificação não encontram no Estado. Não adianta apenas levar indústrias e abrir vagas se elas não forem usadas pelos moradores da cidade. Eles estão levando pessoas de outros Estados para se fixarem lá e levar o trabalho daqueles que estão naquela cidade. Isso porque os moradores locais não têm qualificação, não têm capacitação. O que nós fizemos aqui nos últimos cinco anos? Mais de 77 mil novos empregos, Campo Grande bateu recorde, porque o que as pessoas querem é oportunidade. Ninguém quer benefício. O Estado não dá oportunidade.
Porém, uma das grandes incógnitas envolvendo a sua chapa é o vice. O senhor havia anunciado o convite ao Ricardo Ayache, mas ele ainda não decidiu. O que tem de planejamento para compor a chapa?
De fato, eu convidei o Ricardo Ayache porque eu tive a autorização dele próprio de a gente tentar encontrar um nome de grande importância. O Ricardo é um homem correto, decente, tecnicamente preparado, disse para mim que dependendo da federalização era o único empecilho que pudesse encontrar para não caminharmos juntos. Mas me parece que algumas outras considerações fizeram ele seguir um outro caminho. Desejo boa sorte e que Deus possa abençoá-lo. Tudo que for bom para Mato Grosso do Sul, o Ricardo Ayache pode contar com Marquinhos Trad.
Ao que tudo indica, você vai concorrer novamente com a pré-candidata Rose Modesto. Ainda com a indefinição do vice, você consideraria uma aliança com ela?
Como nos baseamos nas pesquisas, todas elas falam o seguinte: até agora existem três candidatos, eram quatro porque o Zeca do PT declinou. Os eleitores falam que o governador Reinaldo Azambuja aposta em dois candidatos - o Eduardo Riedel e a Rose. Ela foi vice do Reinaldo, embora tenha saído, o que se comenta é que ainda mantém todo o staff de retaguarda eleitoral dentro do próprio governo. Tem o André Puccinelli e o nosso nome se apresentando à população. Com relação a Rose, é um nome de carinho e respeito como são os outros também, ela tem a sua trajetória no campo legislativo. Eu tenho certeza que todos têm boa fé, eu nunca falei mal deles e nem nunca falarei mal deles. Por mais que as pessoas plantem isso, quem quer concorrer a cargo público tem que falar bem de si, mostrar o que fez, o que é capaz de realizar e apontar soluções para os problemas. Porque só falar do problema, todos falam. Todos os projetos têm por referência o que fizemos em Campo Grande.
Ainda sobre a questão política, você comentou os pré-candidatos Eduardo Riedel, Rose Modesto e André Puccinelli. Quem você considera o principal rival nas urnas?
Nenhum deles será meu rival, todos eles devem apresentar programas de governo para deixar o eleitor à vontade para escolher o que eles entenderem que é o melhor para a família deles e o desenvolvimento do nosso Estado.
Como está sendo a pré-campanha? Qual o tipo de estratégia que vem adotando no período e como pretende se aproximar do interior?
Eu disputei três eleições a nível estadual para deputado, fui relator da CPI da Enersul e estive em vários municípios de Mato Grosso do Sul. Meu pai [Nelson Trad] já fez várias campanhas dentro do Estado como deputado, o Nelsinho também, o Fabinho. Ou seja, as pessoas do interior se recordam e falam do nosso sobrenome. Eles sempre falam do referencial Campo Grande. Ou seja, eles têm um real sentido e significado do tamanho do nosso preparo e acima de tudo da condição humana que Marquinhos Trad é.
Caso vença as eleições deste ano, você pretende levar todo o secretariado que esteve contigo na Prefeitura ao Governo do Estado?
Isso deve ser conversado com a prefeita atual, nós deixamos uma equipe totalmente montada. A Adriane Lopes está comigo há cinco anos e três meses não como peça decorativa, mas como efetiva ajudante. Em todas as decisões nossas, ela fez parte. Por isso eu digo que a nossa equipe como se diz no futebol, está jogando por música, é uma equipe coordenada, unida, que não tem raiva um do outro. Não é um torcendo contra o outro, é um ajudando ao outro. Eu e a Adriane trabalhamos de mãos dadas, unidos, ali não tem projeto do Marquinhos ou dela, tem projeto Campo Grande. Os nossos secretários estão no lugar certo e na hora certa. Não tiramos o goleiro e colocamos de centroavante. Não tiramos o lateral-esquerdo e mandamos jogar de ponta-direita. Ali é cada um no seu lugar e ela vai cumprir direitinho o seu mandato.
Falando ainda sobre o vice, existe a possibilidade de nas próximas semanas anunciar uma mulher como vice na chapa?
Se for preparada, qualificada, vier com lealdade, comportamento de fazer para o Estado, que seja bem-vindas. Eu não vou escolher apenas pelo gênero, eu tenho que escolher alguém que tenha compromisso, que tenha preparo, qualidade e que vai ajudar MS.
Você vem de uma família muito tradicional, hoje temos o deputado Otávio, o senador Nelsinho e você que estava como prefeito na Capital. Você não tem receio que essa questão do sobrenome possa prejudicar nas eleições?
Eu venho da família com muito orgulho. Meu pai, Nelson Trad, foi um homem que deixou princípios na vida pública e na sua vida como advogado. Ensinou a nós o regime democrático de direito. Falar do Trad atingindo o Nelson, as pessoas vão machucar a mim e todos os amigos do meu pai e aqueles que conhecem a história dele. A sequência democrática são nomes de pessoas que viram da maneira que meu pai atuava na política e se encantaram. Ele foi preso em 1964 por pregava justiça social, cassaram os direitos políticos dele. Depois que ele recebeu anistia a partir de 78, ele se candidatou e teve uma trajetória exemplar dentro da política. Todos os nossos nomes ou sobrenomes são colocados à disposição do eleitor, não há nomeação, há eleição direta. A população que escolhe e todos nós somos bem preparados. Muito me orgulha falar que sou filho de Nelson Trad e da professora Terezinha Mandetta Trad.
