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PEDRO CARAVINA

'Fiscalizar e propor melhorias: esse é o papel do deputado estadual'

Pedro Caravina, do PSDB, fala sobre segurança, rodovias, concurso da Polícia Civil e os rumos do PSDB nas eleições de 2026

4 julho 2025 - 07h35A Crítica
O deputado estadual Pedro Caravina em entrevista ao Grupo Feitosa de Comunicação
O deputado estadual Pedro Caravina em entrevista ao Grupo Feitosa de Comunicação - (Foto: A Crítica)

Pedro Caravina (PSDB) já foi delegado, prefeito, presidente da Assomasul, secretário de Governo e hoje é deputado estadual em Mato Grosso do Sul. À frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa, ele se tornou peça-chave na análise dos principais projetos de lei. Nesta entrevista à Crítica, o parlamentar fala de suas ações no legislativo, do novo modelo de concessão da BR-163, da necessidade urgente de mais policiais civis e também do futuro político do PSDB no estado.

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“O governo sabe da necessidade de reforçar a segurança, e eu estou cobrando isso de perto.”

A CCJ é uma das comissões mais importantes da Assembleia. Qual é a sua principal função?
A CCJ é onde tudo começa. A gente verifica se os projetos podem seguir, se não têm erro e se estão dentro da lei. Tem projeto bom que não pode continuar porque já existe uma lei parecida ou porque só o Executivo pode apresentar. A comissão também analisa projetos do governo, como o orçamento. Um exemplo de proposta nossa que virou lei é a do Vale da Celulose, que envolve 12 cidades com fábricas ou plantações de eucalipto. Esse projeto ajuda essas regiões a atrair mais investimentos.

O que é exatamente o Vale da Celulose e qual o impacto dele?
É um conjunto de municípios diretamente impactados pela produção de celulose. Essas cidades vão receber mais atenção e investimentos, tanto públicos quanto privados. Isso também está ligado à Rota da Celulose, um projeto que trata da concessão de rodovias estaduais, como a MS-040 e a MS-338, que antes eram federais. Participei do processo desde o início, inclusive do leilão.

Sobre a BR-163, o que muda com o novo contrato da Motiva?
A nova empresa assumiu com um modelo diferente. O contrato agora exige acostamento em toda a rodovia e obras de melhoria nas faixas. Se o fluxo de veículos aumentar mais de 5%, a empresa terá que usar o dinheiro extra em novas obras. Também foi definido que eles devem prestar contas à Assembleia a cada três meses.

“A diferença agora é que a concessão é estadual. Temos mais controle e fiscalização.”

E a população, que já sofreu tanto com promessas não cumpridas, pode confiar?
Sim. Agora a concessão é estadual. A agência reguladora é do próprio estado, o que dá mais poder de fiscalização. O contrato novo é mais moderno, com regras mais claras e gatilhos para garantir melhorias. Um exemplo é o pedido para antecipar a obra do anel viário de Campo Grande. Estamos cobrando isso.

Caravina reforça seu compromisso com o interior do estado e defende mais investimentos em infraestrutura.Caravina reforça seu compromisso com o interior do estado e defende mais investimentos em infraestrutura.

Na área da segurança pública, como o senhor vê o concurso anunciado para a Polícia Civil?
Sou policial civil aposentado, então acompanho esse assunto com atenção. O déficit é grande. Tem delegacia com uma pessoa só. O concurso é urgente. Já falei com o governo e ele não vai impactar o limite de gastos, pois já estava previsto. Nossa meta é formar os novos policiais e colocá-los nas ruas até o final do ano. A PM também está finalizando a formação de novos soldados.

E o salário dos policiais? Ainda é um problema?
Avançamos muito na parte estrutural: viaturas, armamento, delegacias melhores. Mas o salário precisa melhorar. Os policiais querem que Mato Grosso do Sul esteja entre os dez melhores estados em remuneração. Também pedem um auxílio-saúde. Estamos acompanhando essa pauta de perto, inclusive na Comissão de Segurança, da qual sou vice-presidente.

“Segurança pública precisa ser tratada como prioridade número um.”

Com as eleições de 2026 se aproximando, como o senhor avalia o cenário político?
Estamos aguardando o que vai acontecer em Brasília. O PSDB conversa com Republicanos e MDB. A formação de federações e a eleição presidencial afetam tudo. Quero continuar no PSDB, desde que ele esteja junto do grupo que apoia o governador Eduardo Riedel.

E o futuro de Reinaldo Azambuja e Eduardo Riedel?
O Reinaldo deve ser candidato ao Senado. Está conversando com o PL e também valoriza sua história no PSDB. O governador Riedel recebeu convites de outros partidos, como o PP e o PSD, mas está analisando com calma. Se o PSDB se fortalecer, ambos podem continuar nele. Está tudo em aberto ainda.

O senhor citou a Caravana da Castração. Qual a importância desse projeto?
É um programa muito bonito e necessário. Vai começar em Miranda e passar por 45 cidades. Serão mais de 20 mil castrações. Isso melhora a saúde pública e ajuda na causa animal. A senadora Soraya Thronicke destinou R$ 5 milhões para o projeto. Fico feliz de ter participado disso, quando era secretário de Governo. Agora virou realidade e vai ajudar muita gente.

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