
A Cassems já é consolidada como referência em saúde no Mato Grosso do Sul, unindo inovação e gestão eficiente para atender aos servidores públicos.

Com iniciativas como o único centro de transplante de medula óssea do Estado, o Centro de Cirurgia Robótica, a ampliação da telemedicina e o Cassems Itinerante, a instituição não apenas democratiza o acesso à saúde de alta complexidade, mas também transforma a realidade de milhares de beneficiários.
Em entrevista ao jornal A Crítica nesta terça-feira (28), o diretor-presidente Ricardo Ayache, afirmou que o hospital está reforçando o compromisso de oferecer excelência ao menor custo, adaptando-se às demandas de um cenário pós-pandemia e reafirmando seu papel pioneiro na assistência à saúde. Neste mês, a Cassems também foi reconhecida com o ONA 3, que é o nível mais alto de acreditação da Organização Nacional de Acreditação (ONA). A iniciativa é concedido a instituições de saúde que demonstram excelência em gestão e maturidade institucional. Confira a entrevista na íntegra:
A Crítica: O que representa o ONA 3 para a Cassems?
Dr. Ayache: Sem dúvida, esse resultado é fruto do trabalho dedicado de nossas equipes, que reconhecem a importância de estabelecer processos organizados e eficientes no atendimento. Isso demanda planejamento, preparo e comprometimento para alcançar os resultados esperados. O processo de acreditação é extremamente rigoroso e envolve a avaliação de todas as áreas do hospital, o que nos permite evoluir significativamente na qualidade e na segurança do atendimento, tanto para os pacientes quanto para as equipes.
Garantir a segurança das equipes é fundamental e requer materiais e equipamentos adequados, além de processos rigorosos de assepsia, esterilização, treinamento e capacitação. Essa conquista é muito relevante para a saúde do nosso estado, pois posiciona o Hospital Cassems de Campo Grande em um patamar de excelência que buscamos alcançar ao longo dos anos. Esse reconhecimento é, de fato, a coroação do esforço de todos, mas também traz uma responsabilidade ainda maior na continuidade e melhoria dos nossos trabalhos.
O diretor-presidente da Cassems, Ricardo Ayache - (Foto: Lorena Sone)
A Crítica: Como funciona essa integração entre as unidades do Hospital Cassems para que todas sigam o mesmo caminho e mantenham o padrão de excelência, considerando que o Hospital de Campo Grande já alcançou reconhecimento nacional?
Dr. Ayache: Nosso objetivo é garantir qualidade de atendimento em todas as nossas dez unidades. O trabalho realizado aqui é replicado nas demais unidades, sempre respeitando as particularidades de cada região. Sabemos que no interior do estado há uma carência de profissionais de saúde, mas buscamos suprir essa demanda tanto com os profissionais já presentes quanto com a contratação de novos. O setor de qualidade da CASSEMS desempenha um papel fundamental ao replicar os mesmos critérios adotados em Campo Grande para as outras unidades.
A regionalização do atendimento é essencial. Hoje, contamos com hospitais de alta complexidade em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Três Lagoas e Ponta Porã, todos equipados com centros de diagnóstico completos e unidades de terapia intensiva. Anos atrás, não tínhamos CT em Ponta Porã, Corumbá ou Três Lagoas. Agora, oferecemos estruturas modernas que garantem atendimento próximo à casa dos beneficiários, refletindo uma grande transformação na assistência hospitalar em todo o estado.
O Hospital de Dourados, por exemplo, é um destaque. É o maior hospital da região, com equipamentos de ponta, atendimento de alta qualidade e serviços como oncologia de excelência. Ampliamos o pronto atendimento, criamos uma estrutura ambulatorial robusta e elevamos o nível de diagnóstico. Hoje, temos mais de 90% de satisfação entre os beneficiários atendidos no Hospital de Dourados. Isso demonstra a demanda existente na região e a eficiência do trabalho realizado.
Nosso compromisso é contínuo e desafiador. Estamos transformando a CASSEMS em uma referência nacional, com estruturas que oferecem segurança, qualidade e proximidade para nossos beneficiários.
A Crítica: É uma tarefa muito difícil?
Dr. Ayache: Com certeza. Enfrentamos demandas diversas e desafios enormes. A pandemia transformou completamente o cenário da saúde. Basta fazer uma pesquisa rápida na internet para encontrar milhares de artigos que mostram essa complexidade. Além disso, lidamos com outras questões, como o envelhecimento da população, a inflação na saúde e a crescente demanda por atendimentos. Isso exige uma dedicação constante e uma profissionalização cada vez maior para oferecer qualidade ao menor custo possível.
Hoje, podemos afirmar com tranquilidade que temos a maior e melhor rede de atendimento do estado, com o menor custo. Nosso custo médio por pessoa é de R$450, muito inferior a outros planos, que raramente têm um custo médio abaixo de R$800. Esse resultado é fruto de uma gestão que se profissionalizou ao longo dos anos, com rigor no controle dos custos e investimentos estratégicos para beneficiar os usuários.
É claro que enfrentamos dificuldades. Por exemplo, disponibilizar especialistas em cidades menores é um grande desafio, não só no estado, mas em todo o Brasil, devido à falta de profissionais. Para superar isso, criamos o CASSEMS Itinerante, que leva especialistas de grandes cidades para as menores. Além disso, estamos investindo cada vez mais em tecnologia, como a telemedicina, que permite aos beneficiários acessar consultas especializadas remotamente, mesmo estando a 300 ou 400 quilômetros de distância.
Esse modelo tem funcionado muito bem e continua sendo aperfeiçoado. Entendemos que não basta investir apenas em estrutura hospitalar; é fundamental facilitar o acesso às consultas especializadas e também às consultas com médicos generalistas, mesmo nas cidades menores. Esse é um esforço contínuo para garantir que todos os beneficiários tenham acesso a um atendimento de qualidade e próximo de suas realidades.
A Crítica: O senhor comentou sobre o avanço tecnológico, e nós estivemos presentes na inauguração do Centro de Cirurgia Robótica. Além disso, houve o início dos transplantes de medula óssea. Podemos dizer que essas duas inovações foram, talvez, os maiores marcos da unidade hospitalar da Cassems em Campo Grande no último ano?
Dr. Ayache: É um feito extremamente importante. Antes, Mato Grosso do Sul não contava com nenhum serviço de transplante de medula óssea, e muitas pessoas precisavam se deslocar para outros estados, enfrentando grandes transtornos para suas famílias. Hoje, temos a segurança de realizar esses tratamentos de alta complexidade aqui mesmo, dentro do Hospital Cassems em Campo Grande, que agora abriga o único centro de transplante de medula óssea do estado.
Em relação à cirurgia robótica, percebemos um grande número de pacientes da Cassems buscando esse tipo de procedimento em outros estados, enfrentando custos elevados e dificuldades logísticas. Identificamos que o Mato Grosso do Sul já contava com profissionais habilitados para realizar essas cirurgias e, após um estudo de viabilidade, implantamos o Centro de Cirurgia Robótica aqui. Os resultados têm sido excelentes, com maior precisão cirúrgica, recuperação mais rápida e menos riscos para os pacientes. Por exemplo, na cirurgia de próstata, que pelo método convencional apresentava alto risco de sequelas como incontinência urinária e disfunção erétil, a cirurgia robótica reduziu significativamente esses riscos. O mesmo vale para cirurgias renais e ginecológicas, entre outras.
Além disso, criamos o segundo Centro de Cirurgia Cardiológica Infantil no estado, também dentro do Hospital Cassems em Campo Grande. Já realizamos inúmeras cirurgias em crianças com resultados impressionantes. Recentemente, operamos uma criança com apenas uma hora de vida que tinha um tumor cardíaco, e a cirurgia foi um sucesso. Isso representa uma verdadeira transformação na saúde do nosso estado. Antes, era frustrante para nós, médicos, ouvir que determinados procedimentos só poderiam ser feitos em outros estados. Hoje, podemos afirmar com segurança que procedimentos de alta complexidade são realizados aqui mesmo, com excelência.
"Nosso compromisso é contínuo e desafiador. Estamos transformando a CASSEMS em uma referência nacional, com estruturas que oferecem segurança, qualidade e proximidade para nossos beneficiários", diz - (Foto: Lorena Sone)
Essa conquista é fruto do trabalho dedicado da nossa diretoria, das equipes e dos conselheiros, que se empenham diariamente para oferecer o melhor aos servidores públicos. E, é preciso reconhecer: o que foi construído aqui é inédito no estado e no Brasil. Não há outro plano de saúde voltado para servidores públicos no país que tenha alcançado um nível de estrutura e atendimento como o nosso. Isso trouxe uma transformação significativa na assistência à saúde dos servidores públicos de Mato Grosso do Sul.
A Crítica: E todo ano a Cassems realiza as assembléias para ouvir os associados...
Dr. Ayache: A Cassems é uma entidade dos servidores públicos, criada por nós há quase 24 anos – completaremos esse marco no dia 1º de março. É um trabalho construído com a contribuição mensal de cada servidor público, e por isso é essencial que a direção esteja sempre aberta para ouvir suas demandas, críticas e sugestões. Foi dessa forma que crescemos ao longo do tempo.
Além disso, é nosso dever prestar contas de forma constante. Contamos com o Portal da Transparência, realizamos assembleias para prestação de contas e somos fiscalizados diariamente pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Temos a tranquilidade de uma gestão comprometida em oferecer o melhor serviço ao menor custo possível, sempre com muito profissionalismo e transparência.
A Crítica: Quais são os principais retornos que o senhor, como presidente, já tem observado nesse curto período desde a criação do Banco Cassems?
Dr. Ayache: Essa é uma alternativa opcional para as pessoas, permitindo que elas escolham realizar ou não suas transações financeiras e bancárias por meio do Banco Cassems. Trata-se de uma forma de otimizar e capitalizar os recursos que já trabalhamos, criando uma nova fonte de renda para o nosso plano de saúde.
O mais importante é que essa iniciativa não gerou nenhum custo de investimento ou despesas mensais para a Cassems. Foi viabilizada por meio de uma parceria, e o Banco Cassems ainda está em processo de implantação. Estamos confiantes de que, nos próximos anos, colheremos excelentes resultados. Essa inovação contribuirá para otimizar nossa receita, gerar novos benefícios para os servidores públicos e fortalecer ainda mais os serviços que oferecemos. Em breve, já veremos os frutos dessa iniciativa que trouxemos para a Cassems.
A Crítica: Quais são as principais metas do Hospital Cassems para 2025?
Dr. Ayache: Estamos desenvolvendo diversos projetos, mas nosso foco principal é a ampliação da telemedicina e a busca por novos profissionais para aumentar a oferta de especialistas, centros de atendimento e credenciados. O objetivo é garantir que nossos beneficiários tenham acesso a consultas e procedimentos médicos mais próximos de suas casas ou, se possível, diretamente pela tela do celular.
Além disso, estamos trabalhando continuamente para aprimorar a qualidade do atendimento em nossas unidades hospitalares. Neste momento, estamos dando uma pausa nos investimentos em estruturas físicas e focando na reestruturação das nossas atividades dentro do cenário desafiador da saúde suplementar. Isso inclui uma redução significativa nos investimentos imediatos, visando organizar nossas operações e nos preparar para futuros investimentos estratégicos que serão essenciais para o crescimento do plano de saúde.
Neste ano, nosso principal esforço está voltado para a ampliação dos serviços de telemedicina, garantindo que todos os nossos beneficiários possam contar com essa inovação em seus atendimentos.
