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RUDEL TRINDADE

"Detran/MS lidera o ranking do País, oferecendo 95% dos seus serviços de forma digital"

O diretor-presidente do Detran/MS, falou sobre os trabalhos a frente da entidade e destacou o serviço de digitalização

22 janeiro 2024 - 14h40Carlos Guilherme
Rudel Trindade
Rudel Trindade - (Foto: Arquivo)

Em entrevista nesta segunda-feira (22) ao Giro Estadual de Notícias, o diretor-presidente do Detran/MS, Rudel Trindade, falou sobre os trabalhos a frente do órgão, e destacou a digitalização ao longo dos anos.

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"Estamos oferecendo até 95% dos serviços de forma digital. Isso permite que os usuários tenham acesso a esses serviços via aplicativos ou computadores pessoais, reduzindo significativamente a necessidade de visitas presenciais, exceto por preferência pessoal. A introdução de totens de autoatendimento é um dos marcos dessa transformação, com destaque para as instalações no Shopping Norte Plaza e em Dourados, que operam exclusivamente através dessa inovação", revela. Além disso, Trindade falou sobre outros assuntos. Confira a entrevista completa:

A Crítica: Como o senhor analista o ano de 2023 nos trabalhos do Detran/MS?

Rudel Trindade: Extremamente positiva. O processo de digitalização se estendeu por todo o Mato Grosso do Sul, iniciando-se no governo de Reinaldo Azambuja e prosseguindo vigorosamente no governo de Eduardo Riedel, focando em facilitar a vida do cidadão. Nesse contexto, o Mato Grosso do Sul tem se destacado, especialmente o Detran, que se posiciona na vanguarda da digitalização. Atualmente, o Detran Mato Grosso do Sul lidera, oferecendo 95% dos seus serviços de forma digital, permitindo que os cidadãos os acessem através de um aplicativo ou de um computador em casa, sem a necessidade de visitar o Detran pessoalmente, a menos que prefiram. Essa mudança foi amplamente aceita e complementada pela introdução de novos totens de autoatendimento. Um exemplo disso é a nossa presença no Shopping Norte Plaza e em Dourados, onde temos agências que operam exclusivamente por meio desses totens, uma inovação que tem feito grande sucesso. A despeito dos desafios, essa transição tem sido bem recebida pela população, com cerca de 30 mil pessoas atendidas apenas por totens no último ano no Norte Sul. Essa adesão demonstra que o Mato Grosso do Sul está realmente se destacando no campo dos avanços tecnológicos.

A Crítica: Tem uma nova agência na Chácara Cachoeira...

Rudel: Inauguramos uma agência encantadora e compacta, fruto de uma colaboração com o Sest Senat, que também contribuiu financeiramente para a sua implementação, visando atender principalmente os motoristas, um grupo frequentemente afetado pela ansiedade. Neste local, já é possível realizar regularizações, incluindo exames médicos e psicológicos. João Rezende, o presidente nacional, decidiu expandir o acesso aos serviços para toda a população do Mato Grosso do Sul. Com um sistema de agendamento, os interessados podem ser atendidos nesta agência, que se destaca pela sua organização e eficiência, oferecendo uma gama completa de serviços. A agência cobre uma vasta região, incluindo a saída da Maria Aparecida Pedrossian, entre outras. Estamos entusiasmados para receber a nossa comunidade neste espaço tão bem estruturado e acolhedor.

A Crítica: E sobre os investimentos nas agências do interior?

Rudel: A diretriz estabelecida pelo governador Eduardo Riedel, focada no atendimento de qualidade ao cidadão, é o nosso norte. A premissa é clara: oferecer serviços ágeis, confortáveis e, acima de tudo, econômicos, fazendo com que o cidadão se sinta valorizado. No ano passado, empenhamo-nos na reforma de 19 agências por todo o interior, melhorando significativamente as instalações, incluindo a renovação dos pátios, a substituição de sistemas de ar condicionado e a atualização do mobiliário. Este ano, propusemos ao governador a renovação de mais 15 agências, elevando o total no estado para 90, apesar de termos oficialmente 79. Estamos comprometidos em atender a demanda crescente, e as melhorias são evidentes. Neste mês, estamos finalizando as reformas em Aquidauana, Anastácio, entre outras, além de termos concluído a reforma em Maracaju. Nosso objetivo é garantir que os cidadãos recebam serviços à altura do que pagam, em instalações renovadas que reflitam o nosso compromisso com a excelência.

A Crítica: O trânsito de MS tem a sua particularidade. Como o Detran/MS vem trabalhando essa questão da educação de trânsito?

Rudel: De fato, não é apenas no Mato Grosso do Sul, mas em todo o país, que ainda presenciamos cenas trágicas e altos índices de mortalidade no trânsito, uma luta constante na qual todos os órgãos envolvidos estão dedicados. Especificamente em nosso Detran, destacamos por ter uma equipe de educação robusta que, no ano passado, alcançou cerca de 50 mil pessoas em todo o estado com campanhas, movimentos, aulas e palestras. Além disso, na nossa sede e em outras localidades, como em Três Lagoas, implementamos o "Detranzinho", que só no ano passado atendeu 3 mil crianças por mês, visando à conscientização desde a infância.

No entanto, um aspecto preocupante ainda é a nossa cultura de desrespeito às normas de trânsito, como observei recentemente com um motorista avançando o sinal vermelho sem necessidade, em uma rua vazia, pela manhã. Esse tipo de comportamento contribui significativamente para o alto número de acidentes, especialmente em cruzamentos sinalizados, onde o semáforo existe justamente para proteger pedestres e motoristas.

Nossa colaboração com outras forças policiais na aplicação da Lei Seca também revela desafios, com um número alarmante de infrações por condução sob efeito de álcool. Embora tenhamos sido reconhecidos por nossas iniciativas inovadoras em educação para o trânsito, recebendo prêmios, está claro que ainda temos uma longa jornada pela frente na luta pela segurança viária.

A Crítica: Muitos falam dos altos preços para se tirar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Quais as tratativas que o órgão vem fazendo com as autoescolas no que diz respeito a esse tema?

Rudel: Frequentemente, observamos acidentes envolvendo motociclistas, muitos dos quais não são habilitados, representando um número significativo de casos. A importância de habilitar e acolher esses cidadãos é evidente, pois traz mais segurança para todos. Minha crítica, que se estende ao cenário nacional, não é pontual, mas sim uma observação de que, como técnico, vejo o processo de habilitação no país como excessivamente burocrático e custoso.

Nesse sentido, temos nos esforçado para simplificar esse processo e diminuir os custos associados. Anualmente, o governo estadual solicita uma análise das nossas taxas com o objetivo de reduzir custos, e embora tenhamos feito progressos, os preços ainda são elevados. É importante frisar que as autoescolas ou Centros de Formação de Condutores (CFCs) não são os responsáveis por esses entraves; em vez disso, são as rigorosas exigências federais sobre a estrutura e operação dessas instituições que acabam por aumentar os custos.

Recentemente, conseguimos promover mudanças significativas, como a alteração na exigência que obrigava cada CFC a ter dois diretores com nível superior – o diretor geral e o diretor de ensino –, uma medida que não se justifica, especialmente em cidades menores com demanda reduzida. Essas alterações estão contribuindo para a redução de custos, mas ainda há muito a ser feito para tornar o processo mais acessível.

A CNH Social, que é uma iniciativa valiosa e faz uma grande diferença, mas é preciso expandir o alcance para atender uma parcela maior da população. Com o crescimento industrial e a chegada de novas empresas que demandam motoristas habilitados, torna-se ainda mais crucial trabalhar no sentido de facilitar o acesso à habilitação.

A Crítica: Os investimentos da CNH Social e Voucher Transportador continuam para esse ano?

Rudel: Temos dois programas notavelmente bem-sucedidos: a CNH Social, para a qual abrimos 5 mil vagas, tem demonstrado ser um processo longo, mas com resultados extremamente satisfatórios. É imensamente gratificante alcançar as pessoas que realmente precisam desse benefício, como mulheres que precisam levar seus filhos à creche ou à escola e que se mostram muito felizes ao obterem a habilitação, seja para moto ou carro, melhorando significativamente a qualidade de suas vidas.

Por outro lado, o programa Voucher Transportador, em colaboração com o Sest Senat, representa uma iniciativa transformadora. Esse programa financia a mudança de categoria da CNH para motoristas, permitindo, por exemplo, que alguém com carteira categoria B ou C possa avançar para a categoria D. Essa mudança é vital para atender às demandas das indústrias, que necessitam de motoristas qualificados para operar veículos de maior porte.

Um exemplo marcante desse impacto foi a história de Daniela, a primeira beneficiada pelo projeto Voucher Transportador. Após receber sua nova CNH das mãos do governador Eduardo Riedel, ela foi contratada por uma empresa de transportes para dirigir uma carreta, apenas duas semanas após a obtenção da carteira. Esses programas não apenas beneficiam individualmente, mas também qualificam o cidadão, gerando emprego e renda.

Portanto, é crucial expandir tanto a CNH Social quanto o Voucher Transportador. Estou determinado a propor ao governador a ampliação da CNH Social, especificamente para motociclistas, considerando o crescente número de trabalhadores que dependem de motos para entregas e outras atividades profissionais, sublinhando a necessidade de estarem devidamente habilitados. Essas iniciativas assertivas do governo do Estado têm um impacto direto e positivo na vida das pessoas, demonstrando o poder de políticas sociais bem direcionadas.

A Crítica: E existe uma demanda muito alta pela falta da mão de obra...

Rudel: A cidade de Inocência está prestes a se tornar sede de uma grande indústria de celulose, um desenvolvimento que trará milhares de empregos, exigindo que muitos trabalhadores estejam devidamente habilitados. A necessidade de pessoal qualificado é tão crítica que a indústria tem feito apelos diretos ao governo, solicitando ajuda para garantir a disponibilidade de caminhoneiros habilitados para atender à demanda crescente. Essa situação me remete ao que ocorreu com a Eldorado Celulose em Três Lagoas, onde, já naquela época, a movimentação de caminhões era intensa, com cerca de 200 veículos descarregando diariamente. Essa demanda por transporte não diminuiu; pelo contrário, aumentou.

Atualmente, a necessidade de caminhoneiros qualificados e habilitados é mais urgente do que nunca, não apenas para atender às necessidades da nova indústria em Inocência, mas também em outras áreas com demandas similares. Maracaju, por exemplo, enfrenta suas próprias necessidades, assim como Corumbá, que tem desafios relacionados à indústria de mineração. Em Ribas do Rio Pardo, a demanda por trabalhadores qualificados é um eco das necessidades expressas por outras regiões, sublinhando a urgência de preparar e habilitar pessoas para preencher essas vagas essenciais.

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