
Com uma nova planta em Ribas do Rio Pardo, a 95 km de Campo Grande, a White Martins triplicou sua capacidade produtiva no Centro-Oeste. O presidente Gilney Bastos afirmou em entrevista exclusiva ao jornal A Crítica, que o crescimento acima da média do Mato Grosso do Sul impulsiona novos investimentos e fortalece a presença da empresa na região. A meta é unir inovação, segurança e impacto ambiental positivo para atender à crescente demanda industrial e medicinal. Confira a entrevista na íntegra:

A Crítica: Qual é a estratégia da White Martins para consolidar sua posição como líder em inovação e sustentabilidade no setor de gases industriais no Brasil, especialmente no Centro-Oeste?
Gilney: Nosso objetivo é estar cada vez mais próximo dos nossos clientes sempre com inovação e segurança. Com a instalação da nova planta em Ribas do Rio Pardo (MS), triplicamos nossa capacidade produtiva na Região Centro-Oeste e atenderemos com ainda mais eficiência a demanda crescente por gases industriais e medicinais em toda a região.
Os gases atmosféricos produzidos nesta nova unidade - oxigênio, nitrogênio e argônio - trazem ganhos de produtividade e de desempenho ambiental no processo produtivo de indústrias farmacêuticas, de alimentos e bebidas, agroindústrias, entre outras. Além disso, os gases medicinais produzidos na unidade serão fornecidos para hospitais, clínicas e laboratórios de Rondônia, Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. Cerca de 50% da produção da unidade será destinada à Suzano. O excedente vai atender a demanda do mercado industrial e medicinal da região, em forte expansão em vários setores.
A maior oferta destes produtos localmente aumenta o potencial da região Centro-Oeste para investimentos de outras indústrias e gera também novas possibilidades para as indústrias que já estão instaladas na região.
O presidente sugere uma motivação estratégica clara da White Martins para intensificar investimentos na região - (Foto: Divulgação)
A Crítica: Como Ribas do Rio Pardo contribui para os planos de expansão e competitividade da White Martins em nível nacional e latino-americano?
Gilney: A planta que instalamos em Ribas do Rio Pardo é a maior de gases do ar da Região Centro-Oeste e agora temos ao todo quatro unidades de produção na região: três em Três Lagoas e uma em Ribas do Rio Pardo, todas no Mato Grosso do Sul. Sua localização foi definida para atender a necessidade imediata da Suzano, além de possibilitar a abertura de novos mercados e a ampliação das linhas de produção na região, seguindo a nossa estratégia de negócios.
Com Mato Grosso do Sul despontando como protagonista nacional nos setores do agronegócio e da industrialização, como a White Martins enxerga o papel do estado nesse novo ciclo de crescimento econômico e quais oportunidades isso representa para a empresa?
O crescimento econômico expressivo do Mato Grosso do Sul nos últimos anos coloca o estado acima da média nacional, impulsionado pelo agronegócio, além dos investimentos feitos na região pelas indústrias de papel e celulose e de biocombustíveis. A produção industrial do Estado do Mato Grosso do Sul apresentou crescimento de 3,5% em 2024, de acordo com dados do IBGE, em comparação à média nacional de outros estados com taxa de crescimento de 3,1% no ano.
Com a expansão econômica do Centro-Oeste, temos um incentivo adicional para ampliar nossa presença na região, fomentando novos investimentos com a ampliação da oferta de gases industriais e medicinais.
A Crítica: Quais tecnologias ou processos inovadores estão sendo implementados em Ribas do Rio Pardo para aumentar a eficiência e reduzir o impacto ambiental das operações?
Gilney: As plantas desenvolvidas pela White Martins utilizam elevado grau de automação e monitoramento remoto. A inovação está em nosso DNA e nossas plantas em operação em todo o país demonstram isso. A unidade de Ribas do Rio Pardo, assim como outras da White Martins, é totalmente automatizada e conta com tecnologias de última geração que nos permitem alcançar ganhos expressivos em produtividade e segurança. As modernas estruturas das nossas plantas garantem ainda maior eficiência e velocidade em toda nossa operação.
Construímos plantas dentro da área produtiva dos clientes em vários estados. É o caso desta que instalamos dentro da mais nova fábrica da Suzano, maior fabricante de celulose no mundo, que utiliza oxigênio em larga escala. Dessa forma, a empresa aumenta a confiabilidade no abastecimento dos gases industriais aos clientes, trazendo ganhos de produtividade e no desempenho ambiental.
As plantas desenvolvidas pela White Martins utilizam elevado grau de automação e monitoramento remoto, explica Gilney Bastos - (Foto: Divulgação)
A Crítica: Como a White Martins tem trabalhado com as comunidades locais para gerar impacto social positivo e desenvolvimento sustentável nas regiões onde atua?
Gilney: Desenvolvemos projetos na área de esporte atualmente na região e estamos mapeando outras oportunidades para contribuir ainda mais com as comunidades locais em linha com nossas diretrizes de apoio ao desenvolvimento social e ambiental.
Diante da crescente demanda por soluções energéticas mais limpas, como o hidrogênio verde, qual é a visão da White Martins para esse mercado no Brasil, e qual o papel do Mato Grosso do Sul nesse cenário?
O Brasil pode se tornar um dos líderes mundiais na produção de hidrogênio verde pela capacidade crescente do país em geração de energia eólica, solar e biomassa, além de um sistema elétrico integrado e uma posição geográfica favorável para exportação, próximo da Europa e da costa leste norte-americana.
Desde dezembro de 2022, somos a primeira empresa a produzir hidrogênio verde certificado em escala industrial na América do Sul. São produzidas 156 toneladas por ano em nossa planta em Pernambuco para o mercado do estado. Além disso, estamos construindo a primeira planta de H2V da Região Sudeste do país, em Jacareí (SP).
Estamos sempre abertos para negociações com outros estados com potencial crescente para investimentos no combustível do futuro. O Mato Grosso do Sul, com os recentes investimentos da indústria de biocombustíveis, pode se tornar um estado com potencial importante para desenvolvimento de projetos sustentáveis.
