O candidato a prefeito de Campo Grande das forças políticas alinhadas com o governador André Puccinelli (PMDB) e o prefeito Nelson Trad (PMDB) só deve ser definido e anunciado em maio do próximo ano, praticamente às vésperas do prazo final para homologação das candidaturas em convenção.

Em entrevista ao programa Transnotícias, da rádio Transamérica FM, o prefeito lembrou a sua própria experiência em 2004, quando só foi anunciado como candidato em maio daquele ano. “Não adianta precipitar. Não podemos errar. Quem vai escolher o candidato vai ser o povo, por meio das pesquisas quantitativas e qualitativas”, avalia o prefeito, para quem o candidato vai sair de lista com quatro nomes: o deputado Edson Girotto (PMDB), o vereador Paulo Siufi, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta e a vice-governador Simone Tebet. “O Mandetta e a Simone aparecem bem nas pesquisas quantitativas. São alternativas que não podemos descartar”.
Em relação ao seu futuro político o prefeito garante: deixa a prefeitura em 31 de dezembro de 2012 e no dia seguinte começa a trabalhar para disputar o Governo do Estado em 2013. “Vamos percorrer todas as cidades, mostrar nossas propostas. Se receber um convite, exercendo alguma função no Governo. Se isto não for possível volto para o meu consultório e dedicarei parte do meu tempo para fazer política”.
No campo administrativo, o prefeito diz que seu maior desafio será iniciar as obras do PAC da Mobilidade Urbana, que conta com investimento no valor de R$ 180 milhões. Foram assegurados R$ 20 milhões para a construção de terminais de transbordo; R$ 110 milhões para viabilização de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo; R$ 4,5 milhões para modernização do sistema de controle eletrônico; R$ 40,3 milhões para intervenções viárias; e R$ 6 milhões para estações de pré-embarque. Haverá continuidade do Parque Linear do Segredo, com o prolongamento da Avenida Norte Sul até a Avenida Assaf Trad, em frente do novo shopping na saída para Cuiabá; do Cabaça, com abertura da Via Morena até a Avenida Três Barras. Está na programação o recapeamento das avenidas Bandeirante; Guaicurus e da área central.
A Critica: O que senhor projeta para 2012 em termos de conclusão de obras o último ano da sua administração?
Nelson Trad Filho: Nosso maior desafio é iniciar as obras do PAC da mobilidade urbana, que prevê investimento de R$ 180 milhões. O projeto prevê a construção de quatro novos terminais de transbordo (Avenida dos Cafezais, Parati, Tiradentes e São Francisco) ; três terminais (Moreninha-Centro – Aero Rancho –Centro – Nova Bahia/Centro) e readequação do Terminal Morenão; 500 abrigos de ônibus, 41 estações de pré-embarque, corredores do transporte coletivo, com recapeamento dos principais corredores, incluindo a Guaicurus, Bandeirantes e Bandeira. Serão aplicados R$ 20 milhões na a construção de cinco terminais; R$ 110 milhões para viabilização de 68,4 quilômetros de corredores de transporte coletivo; R$ 4,5 milhões para modernização do sistema de controle eletrônico; R$ 40,3 milhões para intervenções viárias; e R$ 6 milhões para estações de pré-embarque.
A Crítica: O senhor fez grandes investimentos nos parques lineares. Que novos projetos vão ser iniciados?
Nelson Trad Filho: Vamos iniciar o prolongamento do Parque Segredo, abrindo uma avenida (a partir do conjunto Estrela do Sul) até a Avenida Assaf Trad, proximidade do novo shopping na saída para Cuiabá. Temos recursos garantidos para recuperar as margens do Anhanduizinho, resolver os problemas de erosão nas margens do rio e da enchente no Jockey Clube com intervenções nos Córregos Areias e Cabaça. Será iniciada a urbanização das margens do Balsamo e aberta uma nova via de acesso às Moreninhas.
A Crítica?: Que obras o senhor efetivamente vai inaugurar em 2012?
Nelson Trad Filho: São pelo menos 44 frentes de obras. Está prevista a conclusão das obras da Orla Morena 2, que vai do bairro Cabreúva à 14 de Julho, da Orla Ferroviária, que se estende da Morada do Sol ao Hotel Gaspar. Também serão entregues três UPAS (Unidades de Pronto Atendimento). Uma será na Moreninha, já em construção, e outras duas nos bairros Jardim da Lapa e Santa Mônica. Essas estão em processo de licitação. Mais 11 unidades básicas da saúde da família e 19 Ceinfs serão construídos. Duas praças que estão inseridas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), uma no Jardim Noroeste e outra no bairro Dom Antônio Barbosa, também estão entre as obras a serem entregues no próximo ano. No pacote também está prevista a recuperação ambiental do Taquaral Bosque, onde há uma erosão, a entrega do Hospital do Trauma e a reforma da Praça Ary Coelho.
A Crítica: A pavimentação das linhas de ônibus será concluída?
Nelson Trad Filho: Vários trechos já estão até concluídos. Estão sendo investidos R$ 60 milhões, recursos do Pró-Transporte. Quase 100% dos itinerários de ônibus estarão asfaltados. Estão entre os beneficiados os seguintes bairros: Jardim das Nações, Jardim Noroeste, Avenida Oceania, Vivendas do Bosque, Jardim Racho Alegre, Parque Dallas, Jardim das Cerejeiras II e II, Vila Oeste, Parque dos Laranjais, Jardim Ouro Preto, Loteamento Nova Serrana, Jardim São Pedro, Parque Izabel Garden, Nova Campo Grande, Vila Futurista e Residencial Sírio Libanês. Também integram a lista os bairros Vila Jardim Beija-Flor, Jardim Manaira, Jardim Vilas Boas, Danúbio Azul, Residencial Barra da Tijuca, Loteamento Dona Dedé, Jardim Portal do Panamá, Bairro São Caetano, Jardim Inápolis, Jardim Morada do Sol, Jardim Nova Jerusalém e Jardim Indianópolis.
A Crítica: O senhor concorda com a opinião do governador André Puccinelli de que o candidato a prefeito será escolhido entre o deputado Edson Giroto e o presidente da Câmara, Paulo Siufi?
Nelson Trad Filho: Não podemos esquecer do deputado federal Mandetta que nas qualitativas aparece muito bem e da vice-governadora Simone Tebet. Eles são dois trunfos que nós poderemos usar. O candidato sairá de uma relação que tem ainda o deputado Edson Giroto e o vereador Paulo Siufi. Nós não temos pressa para definir o candidato.
A Crítica: O senhor ainda tem esperança do PSDB e do PPS, não lançarão candidato próprio e estarão no palanque do PMDB?
Nelson Trad Filho: Eu ainda acredito neste entendimento. O PSDB e o PPS são aliados tradicionais. O PSDB não é um companheiro de baldeação, mas companheiro de destino.
A Crítica: O senhor não se sente frustrado com a presidente Dilma que tem atrasado a liberação de recursos para obras de pavimentação, isto depois do seu empenho na campanha dela?
Nelson Trad Filho: A presidente tem um estilo diferente. Ela gosta de grandes projetos como o do PAC da Mobilidade, em que nos assegurou R$ 180 milhões e o PAC 2. A demora na liberação dos recursos viabilizados por emendas parlamentares estão comprometendo obras como o asfalto do Aero Rancho, do Novo Amazonas, da última etapa do Tarumã, do Nashiville.
A Critica: O senhor pretende resolver o problema da antiga rodoviária?
Nelson Trad Filho: Se o Tribunal de Justiça assegurar os recursos nós vamos desapropriar o prédio, garantindo a permanência dos comerciantes que resistiram e estão trabalhando lá. O projeto de transformar a antiga rodoviária na Casa da Cidadania, que abrigará juizados especiais, coordenadorias, a delegacia de atendimento à infância e juventude, além da Escola Judiciária. O Tribunal de Justiça prevê investimento de R$ 35 milhões na reforma e adaptação do prédio do antigo terminal. A prefeitura vai arcar com a desapropriação que custará R$ 7 milhões.
A Crítica: O senhor é candidato a governador em 2014?
Nelson Trad Filho: Vamos trabalhar este projeto a partir de 2013, logo depois de deixarmos a prefeitura. Estou preparado para encarar o desafio. Vou percorrer todas as cidades do estado, fazendo palestras (tenho vários convites pré-agendados) mostrando nossa experiência administrativa. Estou convencido de que temos condições, com o apoio do meu partido, o PMDB e do governador André Puccinelli, além dos partidos aliados, de encabeçar uma chapa competitiva para disputar a sucessão do governador André Puccinelli.
A Crítica: O IBGE acaba de mostrar num relatório a existência de favelas em Campo Grande. Quando é que a cidade será uma Capital sem favelas?
Nelson Trad Filho: A construção de mais 3.200 unidades habitacionais deverá resolver a situação das famílias moradoras nas favelas existentes nos bairros Moreninha, Vila Nasser e Dom Antônio Barbosa, conforme o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Vila Nasser, onde fica o aglomerado conhecido como Nossa Senhora Aparecida, a previsão é que sejam construídas 1.200 casas até o fim do ano que vem. Já nas Moreninhas, onde estão famílias da favela Alta Tensão/Nova Jerusalém, serão construídas 2 mil moradias. Este ano entregamos mais de 1.700 casas. Temos dado suporte à iniciativa privada para ocupação dos vazios urbanos. A Brokfield pretende construir 2.560 unidades habitacionais em prédios de quatro pavimentos, cada. Os imóveis terão área construída de cerca de 42 metros quadrados. A empreiteira JBC Engenharia tem projetos para construir 1.552 moradias e a JBens construirá 756 casas. São imóveis para população que ganha até cinco salários mínimos. A Homex Brasil está desenvolvendo um projeto para construção de 3.164 unidades residenciais de 45 metros quadrados na região do Paulo Coelho Machado.
