
Em meio ao alarme nacional sobre bebidas adulteradas, o setor de alimentação fora do lar em Mato Grosso do Sul se mobilizou rápido. A Abrasel-MS promoveu capacitação para empresários, lançou uma cartilha preventiva e articula uma força-tarefa com órgãos de fiscalização. Em entrevista ao programa Giro Estadual de Notícias, da Central de Jornalismo do Grupo Feitosa de Comunicação, com transmissão ao vivo pelas emissoras do grupo e pelas redes sociais do jornal A Crítica, João Francisco Fornari, presidente da Abrasel-MS, explica os riscos, a resposta do setor e a força de uma categoria que emprega milhares de pessoas no estado.

A CRÍTICA: Já há casos de bebidas adulteradas confirmados em Mato Grosso do Sul?
João Francisco Fornari: Não. Até o momento, não temos nenhum caso confirmado ou notificação oficial aqui no Estado. Mas, diante da gravidade do que ocorre em outras regiões, nos adiantamos com ações preventivas.
A CRÍTICA: O que foi feito com tanta rapidez?
João Francisco Fornari: Já no dia 1º de outubro, promovemos um treinamento com apoio da Associação Brasileira de Bebidas Destiladas. Nele, mostramos como identificar sinais de adulteração e reforçamos a importância de comprar apenas de fornecedores confiáveis. Também lançamos uma cartilha com orientações práticas.
A CRÍTICA: A Abrasel-MS recebeu essas informações com que nível de preocupação?
João Francisco Fornari: Com muita seriedade. Percebemos que as fraudes em bebidas não são ações isoladas — há quadrilhas organizadas por trás. É um cenário que exige resposta coordenada entre setor privado e órgãos públicos.
A CRÍTICA: Isso pode afetar a imagem do setor?
João Francisco Fornari: Com certeza. Por isso é importante esclarecer que os bons empresários não podem pagar pelo erro de criminosos. Atrás de cada bar e restaurante, há famílias, empregos e investimento sério.
A CRÍTICA: Como os empresários podem se proteger dessas situações?
João Francisco Fornari: A principal proteção é a escolha criteriosa dos fornecedores. Desconfiar de preços muito abaixo do mercado, exigir nota fiscal, checar a origem da mercadoria — tudo isso é essencial. E já estamos preparando uma força-tarefa com a Vigilância Sanitária, DECOM, PROCON e outros órgãos, prevista para o dia 22 de outubro.
A CRÍTICA: Que bebidas são mais alvo desse tipo de adulteração?
João Francisco Fornari: Principalmente vodcas e uísques. As bebidas destiladas são as mais visadas. Esse é o foco da nossa cartilha e dos treinamentos. Não há registros envolvendo cervejas.
A CRÍTICA: Como está o desempenho da Abrasel-MS neste ano?
João Francisco Fornari: Está sendo um ano produtivo, apesar dos desafios. Conseguimos realizar eventos importantes, como a chegada do concurso O Quilo é Nosso ao Estado, e mantemos o tradicional Bar em Bar, que movimenta bares em várias cidades.
A CRÍTICA: O setor está contratando?
João Francisco Fornari: Sim, e com demanda crescente. O setor de alimentação fora do lar é um dos que mais geram empregos em Mato Grosso do Sul, especialmente o primeiro emprego. Jovens começam como auxiliares, atendentes, cozinheiros e, com formação, seguem carreira.
